Bento Gonçalves

Dia do Professor: os desafios da profissão em tempos de pandemia

Para o Diretor Geral do IFRS Campus Bento, professor Rodrigo Otávio Câmara Monteiro, o papel do educador precisa ser reinventado e mais valorizado.

Imagem: Divulgação
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Celebrado em 15 de outubro como uma referência a D. Pedro I, que em 1827 instituiu uma lei sobre ensino elementar, o Dia do Professor traz à tona a relevância do papel desempenhado por educadores e educadoras, sobretudo nesse momento em que a educação do país ainda sofre os efeitos da pandemia.

De acordo com estudo da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado em setembro, o Brasil foi o país que mais tempo manteve fechados os colégios. Foram 178 dias sem aulas presenciais na pré-escola e anos iniciais do fundamental no ano passado, o triplo do tempo da média dos países mais ricos.

Diante do cenário, os desafios são gigantes para a educação como um todo e para os professores em particular. O mundo está se transformando e o normal será uma nova realidade, muito diferente do que estávamos vivendo até a pandemia da Covid-19. O mundo, provavelmente, não será o mesmo. A educação e os professores também não. O processo de ensino e aprendizagem se transforma nesse contexto. É preciso modificar o planejamento pedagógico e encontrar alternativas para envolver, motivar e propiciar o desenvolvimento dos estudantes.

Para o Diretor Geral do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Campus Bento Gonçalves, professor Rodrigo Otávio Câmara Monteiro, os desafios são grandes e o papel do professor precisa ser reinventado e mais valorizado.

“Realmente a gente tem muitos desafios pela frente. Neste dia do professor é importante essa reflexão sobre o fato de que os profissionais da educação devem ser mais valorizados. A profissão de educador em tempos normais já exige bastante, são desafios cotidianos, e em tempos de pandemia as exigências se intensificam”, reflete. Segundo o diretor, a pandemia ainda não acabou e as mudanças foram radicais no fazer pedagógico. “Passamos por um processo de reinvenção de todos os docentes, com capacitação tecnológica de novos modelos de educação. Temos uma missão institucional muito importante. O professor, além do fazer pedagógico, acaba fazendo também o papel de psicólogo, de assistente social, e os colegas profissionais da educação merecem esse reconhecimento”, complementa.

Neste Dia do Professor é importante também refletir sobre a desvalorização da profissão no Brasil. O estudo da OCDE mostrou que o piso salarial dos professores brasileiros nos anos finais do ensino fundamental é o mais baixo entre 40 países avaliados. Os rendimentos dos docentes brasileiros no início da carreira são menores do que os de professores em países como México, Colômbia e Chile.