O deputado federal gaúcho Maurício Marcon (Podemos) integra o grupo de 33 parlamentares que apresentou, nesta quarta-feira (29), um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os deputados citam como “pontos preocupantes” a declaração de Lula segundo a qual “ele pensava, na prisão, em ‘f*der’ o ex-juiz e atual senador Sérgio Moro (União Brasil-PR)” e “ataques às instituições de combate à corrupção”. O grupo elenca como exemplo desses “ataques” o fato de o presidente ter afirmado que uma operação da Polícia Federal contra o PCC teria sido uma “armação” do ex-juiz da Operação Lava-Jato.
“No contexto de reiteradas falas sobre desejo de vingança aos integrantes da Lava-Jato, o presidente da República flagrantemente faltou com a verdade e produziu uma ‘fake news’ de efeitos extremamente danosos às instituições afirmando que o atentado contra Moro e seus familiares seria uma armação do próprio Moro. Em seguida, o presidente debochou da ameaça séria à vida de famílias inocentes”, afirmam os deputados.
O documento entregue à presidência da Câmara dos Deputados acusa o petista de suposto crime de responsabilidade e apontam ingovernabilidade por incapacidade do presidente de “aglutinar coesão em torno de um plano nacional no Congresso”.
A ingovernabilidade se caracteriza quando o risco político supostamente causados por um presidente resulta em maior instabilidade do que um pedido de impeachment causaria. Os parlamentares defendem que a ingovernabilidade se apresenta nas áreas econômica, financeira e social.
Eles citam como exemplo os “ataques” de Lula contra a autonomia do Banco Central e dizem que, em menos de 100 dias de governo “há pelo menos quatro ministros acusados de cometerem improbidade e violação de regras constitucionais”.
Entre os signatários do documento estão, também, os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Deltan Dallagnol (Podemos-PR) e Bia Kicis (PL-DF). A aprovação depende do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
Este é o sétimo pedido de impeachment contra Lula. A maioria foi motivada por declarações públicas do petista. Na mesma época em 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha dois pedidos protocolados solicitando a sua retirada do cargo. Segundo dados da Câmara dos Deputados, os pedidos alegavam crime de responsabilidade e omissão.
*Com informações de Agência Brasil