O julgamento de Roseli de Fátima Pedroso e Cleverson Alves de Moura, denunciados pelo Ministério Público pelo assassinato do metalúrgico Ivanildo José Araldi, marido de Roseli, está marcado para a próxima segunda-feira, 14 de dezembro, às 9h, em Caxias do Sul. O caso ocorreu em 2014 e, no ano seguinte, Roseli foi presa. Ela permaneceu detida de janeiro a agosto de 2015, sendo liberada para responder o processo em liberdade. No entanto, o Tribunal de Justiça manteve a prisão preventiva de Cleverson Alves de Moura, que segue desde então recolhido na Penitenciária Estadual do Jacuí.
RELEMBRE O CASO
Araldi desapareceu em 11 de dezembro de 2014 após ser abordado por Moura e outro homem armados próximo de sua residência, no Loteamento Paiquerê, no bairro São Vitor Cohab. O veículo que a vítima conduzia, uma Ecosport, foi localizada abandonada em São Leopoldo dias depois. A morte de Araldi foi confirmada em 3 de janeiro, quando seu corpo foi encontrado em uma zona rural de Flores da Cunha. Ele foi baleado na cabeça.
Inicialmente, conforme o depoimento de Moura, Roseli pediu a ele para que executasse o crime em troca da caminhonete da vítima como recompensa. No entanto, meses depois, diante da Justiça, Moura mudou sua versão e passou a dizer que matou o metalúrgico porque estava apaixonado por Roseli. A mulher, porém, nega envolvimento com o crime.
O que diz a denúncia do MP?
Conforme o Ministério Público, Roseli mantinha uma união estável com Ivanildo, que era gerente de produção de uma metalúrgica. Após conhecer Cleverson, a mulher teria ajustado a execução do companheiro. Para tal, Roseli teria fornecido ao autor do crime o horário de chegada do metalúrgico em casa, no Loteamento Paiquerê, e como pagamento pelo homicídio, Moura receberia a caminhonete Ecosport, de cor vermelha, placas IRD-2434, de propriedade da vítima. Ivanildo foi abordado chegando na residência do casal e conduzido por Cleverson e comparsas, nunca identificados, até um matagal na estrada velha para Flores da Cunha, onde foi morto com um tiro na nuca. O corpo foi encontrado por um agricultor no dia 3 de janeiro de 2015.
Segundo o MP, Roseli, mesmo negando participação no crime, teria o cometido por motivo torpe, uma vez que, não mais nutrindo afeto pela vítima e desejando livrar-se da relação mantida com ele, concebeu a morte de Ivanildo. Já o denunciado Cleverson cometeu o crime mediante promessa de pagamento. Ambos os acusados cometeram o crime mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, entre outros qualificadores.
Depoimento do delegado
O delegado do caso, à época, Mário Mombach, afirmou em depoimento durante o processo que, inicialmente, o caso foi tratado como um roubo. Porém, no decorrer da investigação, apareceram contradições nos depoimentos da ré Roseli. O réu Cleverson estava foragido e foi capturado pela Brigada Militar (BM) dias após o sumiço de Ivanildo, junto da mesma camisa usada no dia do crime. Conforme o delegado, ele confessou que foi contratado por Roseli para matar a vítima e que mantinha com ela um relacionamento extraconjugal. No depoimento, Mombach salientou que “a trama criminosa foi combinada entre os réus, tanto que no dia do fato foi a ré quem buscou a filha do casal na escola, tarefa que era realizada rotineiramente pela vítima, para que a vítima fosse abordada sem a presença da criança”.