Comportamento

Denúncia contra o vereador Raul Herpich deve ser entregue em 30 dias, diz MP

Foto: Divulgação/Ministério Público
Foto: Divulgação/Ministério Público

O Ministério Público de Farroupilha acredita que a denúncia contra Raul Herpich, acusado de desviar ao menos R$ 1,1 milhão de reais de duas Cooperativas Habitacionais, a Meu Pedação de Chão e a Terra Nossa, deve ser entregue em até 30 dias para a justiça. Com isso, ele passa de investigado a réu no processo pelos crimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Estes seriam os possíveis delitos que já podem ser apontados com as investigações do MP, segundo a promotora de justiça, Janine Mocelin. A previsão do MP é de que seja feita uma denúncia para cada tipo de desvio feitos pelo investigado.

Em uma entrevista na manhã desta sexta-feira (28) ao Portal Leouve, ela comentou sobre os desdobramento da Operação Peter Pan, deflagrada na manhã da quarta-feira (19), que investiga o suplente de vereador do PDT, de ter desviado os valores dos pagamentos de associados das duas cooperativas para contas pessoais dele, da esposa e dos dois filhos.

Ela comentou sobre as investigações que estão em curso que buscam descobrir os valores totais que podem ter sido desviados. O MP acredita que o que foi apreendido durante a operação nas contas pessoais dos investigados, possa haver um montante maior. O órgão busca descobrir se Raul teria feito o uso de “laranjas” para obter dinheiro indevido.

“Existe sim essa denúncia e essa linha de investigação, desde quando começamos a receber relatos sobre a administração das cooperativas pelo investigado, de que pessoas estavam trabalhando para ele, que ela possam ter valores ou bens que possam ter sido adquiridos com o dinheiro das cooperativas. Isso também está sendo investigado.” disse.

Ela também comentou sobre a participação da esposa, Marilde e dos dois filhos, Bruna e Guilherme, nos supostos crimes praticados pelo então presidente das duas cooperativas.

“Os três podem virar réus no processo também. O que foi verificado até agora é de que os depósitos foram feitos diretamente nas contas pessoais deles. O que demonstra uma participação direta, um beneficio direto de todo o grupo familiar do investigado”.

Ao todo foram encontrados 1260 depósitos de valores múltiplos de R$ 100,00 nas contas pessoais deles, divididos em 584 depósitos na conta de Herpich, 430 na conta conjunta que ele mantinha com a esposa, 26 para a filha Bruna e 220 para Guilherme, totalizando R$ 1.164.297,55. Segundo as investigações o dinheiro era usado para custear viagens para a Europa, Estados Unidos, América do Sul e dentro do Brasil, além de bancar uma vida que não condizia com a renda declarada da família, como jantares e abatimentos de saldos negativos em contas bancárias.

Ela ainda comentou sobre uma possível prisão de Raul Herpich.

“Até o momento foram pedidas medidas cautelares diversas a prisão, pois foi entendido que, com o afastamento dele, o bloqueios das contas e o sequestro dos bens – foram apreendidos dois apartamentos, cinco automóveis e quatro boxes de garagens – estaria resguardado o interesse do Ministério Público e dos associados das cooperativas. Mas a prisão é uma medida cautelar que pode ser pedida a qualquer momento, durante a investigação e durante o processo, se houver fundamento para isso. Se de alguma maneira ele tentar ocultar ou dissimular provas que possam interessar ao MP ou se houver a tentativa de influenciar o depoimento de testemunhas, pode sim ser pedida a prisão preventiva do investigado”.

A promotora pede que os associados, a partir de agora, participem das assembleias que serão convocadas e que eles fiquem sempre a par de tudo que ocorre dentro das cooperativas e qual a perceptiva de entrega para os lotes que são pagos. Ela também diz que quem tiver informações sobre as ações do investigado durante o tempo em que ficou na presidência das cooperativas e que possam auxiliar nas investigações, que procurem o Ministério Público para relatar.