Em menos de seis meses, Bento Gonçalves contabiliza 238 casos de dengue, o que já ultrapassa o registrado em todo o ano passado, quando foram 182. Entre os casos detectados em 2024, 202 autóctones foram contraídos no município e 36 são importados. Até o momento, nenhum óbito ocorreu por conta da doença na cidade.
Os principais bairros onde foram encontrados larvas do mosquito são: Caminhos da Eulália, Centro, Imigrante, Santa Helena, Glória, Municipal, Juventude, Vinhedos, São Valentim, Conceição, Fátima, São Roque, Ouro Verde, Universitário, Progresso, Borgo, COHAB, Vila Nova II, Barracão, Cruzeiro, Eucaliptos, São Francisco e Vinhedos.
Combate
As ações de combate ao mosquito Aedes aegypti são realizadas diariamente pela Secretaria da Saúde de Bento Gonçalves, por meio do trabalho dos agentes de endemias do município. Pelo menos 126 armadilhas são monitoradas mensalmente por eles. Para combater a proliferação do mosquito ao longo desta semana, equipes continuam com a pesquisa de vetor e também desinsetização onde há casos confirmados de doentes.
Os agentes estão realizando o levantamento de índice rápido para constatação dos locais mais infestados e assim direcionar melhor as ações de controle. Ao longo desta segunda e terça-feira (20 e 21), estão percorrendo os bairros São Roque, Aparecida, Caminhos da Eulália e Ouro Verde, onde existe um número de imóveis que compõe a amostra apontada por programa do Ministério da Saúde.
Durante toda a semana serão realizadas vistorias nos imóveis selecionados em todo o município. Com as visitas, será feita uma verificação mais abrangente dos locais mais propensos a proliferação do mosquito Aedes aegypti .
“É importante lembrar que o mosquito Aedes se prolifera em 80% dos casos dentro dos imóveis e nos seus quintais porque esse inseto precisa dos depósitos existentes ali para postura de ovos como caixas de água, pneus, latas, baldes, garrafas, plásticos, entre outros. Ao ficarem por mais de uma semana com água parada se tornam criadouros de mosquitos. É dentro de imóveis e nos seus arredores também que o inseto encontra sua alimentação que é o sangue humano”, explica a médica veterinária da Vigilância Ambiental, Analiz Zattera.
Analiz salienta ainda que “o tempo de 15 minutos por semana para vistoriar dentro de casa e arredores é suficiente para eliminação ou proteção de depósitos de água. Os ralos dentro e fora de casa devem ser tapados pois se mostraram grandes criadouros de mosquitos na cidade, assim como os depósitos de água da chuva. Com as constantes chuvas que têm ocorrido o alerta é maior, pois os criadouros permanecem viáveis por mais tempo”.
De acordo com Analiz Zaterra, casos de dengue vem aumentando desde 2023 na região da serra gaúcha pelo aumento das temperaturas em geral e também por conta do maior volume de chuvas. Locais como terrenos baldios sujos ou depósitos de lixo em vias públicas devem ser denunciados pelo telefone (54) 3055-7142.
Características do Aedes aegypti e Sintomas da Dengue
O Aedes aegypti é um mosquito pequeno, medindo menos de 1 centímetro, de cor escura e com listras brancas nas patas, cabeça e corpo. Este inseto tem hábitos diurnos, sendo mais ativo ao amanhecer e ao entardecer. Somente a fêmea do Aedes aegypti se alimenta de sangue humano, necessário para a reprodução.
A reprodução ocorre em locais com água parada, seja limpa ou suja, onde os ovos são depositados.
Os principais sintomas da dengue incluem:
- Febre alta (acima de 38,5°C) de início súbito, com duração entre 2 e 7 dias
- Dores musculares intensas
- Dor ao movimentar os olhos
- Mal-estar
- Falta de apetite
- Dor de cabeça
- Manchas vermelhas no corpo
Ao apresentar qualquer um desses sintomas, é fundamental procurar a unidade de saúde mais próxima para obter diagnóstico e tratamento adequados.