Delegado da PF de Caxias do Sul explica que Vacaria era utilizada como ponto de descarga de droga

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (2) a Operação Manifest, para desarticular organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de cocaína através da rota Bolívia-Paraguai-Brasil, com emprego de aeronaves.

Cerca de 150 policiais federais cumpriram 15 mandados de prisão preventiva e 30 mandados de busca nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Roraima e no Distrito Federal. Também são executadas ordens judiciais para bloqueio de imóveis e contas bancárias, sequestro e apreensão de dez aeronaves e outros veículos e bens que estiverem em poder do grupo.

No Rio Grande do Sul, houve duas prisões em Vacaria, uma em Passo Fundo e outra em Carazinho. Em Vacaria, segundo o delegado, Noerci da Silva Melo, a droga saia da Bolívia, vinha ao Paraguai e dali trazido para o Brasil por meio destes aviões agrícolas. A droga era arremessada ou os aviões desciam, principalmente, na região de Vacaria. Estes dois homens presos recebiam a cocaína e encaminhavam para os portos de Rio Grande e Itajaí, com destino a Europa. As pessoas presas nos Campos de Cima da Serra eram responsáveis pela logística da distribuição da droga.

“Os Campos de Cima de Serra sempre foi uma região visada para pouso de aeronave com drogas, porque essa região ali é de campos tem diversas plantações, tem áreas passíveis e foge um pouco do foco com características, como no interior de SP e Paraná. Então aqui não é uma região visada, mas estratégica é que fica na metade dos portos, se olhar radiografia dos alvos de hoje, então essa droga descia em Vacaria e depois levada pros portos e destinada a Europa.”

As investigações iniciaram em dezembro de 2020 a partir de um acidente aéreo ocorrido no município gaúcho de Muitos Capões. Na oportunidade, o avião utilizado para transportar a droga sofreu avarias no momento do pouso e permaneceu escondido, em meio à plantação, por cerca de uma semana. A apuração identificou que a organização criminosa é formada por empresários do setor de aviação agrícola, advogados, pilotos e indivíduos ligados à facção de atuação nacional.

Os crimes identificados são de tráfico internacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Além de outros que podem surgir assim que as provas coletadas na operação serem analisadas.

A live com a cobertura completa da coletiva de imprensa, dada pelo delegado Noerci sobre o caso, pode ser visualizada na página do Facebook do Leouve.

Prisões:

Vacaria/RS – 2

Passo Fundo/RS – 1

Carazinho/RS – 1

Balneário Camboriu/SC – 1

Itajaí/SC – 1

Navegantes/SC – 2

Guaratuba/PR – 1

Bandeirantes/PR – 1

Assis Chateaubriand/PR – 1

Goiorê/PR – 2

Ferraz Vasconcelos/SP – 1

Ponta Porã/MS – 1