Brasil

Deflagrada operação contra organização criminosa suspeita de tráfico e lavagem de dinheiro

Segundo a Polícia Civil, foram cumpridas 173 ordens judiciais em 10 cidades, do RS e SC, resultando em um prejuízo de pelo menos 30 milhões de reais ao grupo

Operação interestadual de combate ao crime organizado e lavagem de dinheiro é deflagrada
Foto: Polícia Civil/divulgação

A Polícia Civil, por meio da 4ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (4ªDPHPP/DHPP), deflagrou na manhã desta quarta-feira (19) a Operação Fratelli, que sistematizou ofensivas interestaduais com o objetivo de coibir organização criminosa suspeita de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e homicídios no Rio Grande do Sul. Segundo a investigação, o grupo ordenou assassinatos em locais como a Zona Sul de Porto Alegre.

Conforme o delegado Marcus Viafore, a investigação durou dois anos. Hoje, foram cumpridas em dois estados e 10 cidades, 173 ordens judiciais, resultando em um prejuízo ao crime organizado, conforme a corporação, de pelo menos 30 milhões de reais. As ordens judiciais estão sendo realizadas em Porto Alegre, Canoas, Sapucaia do Sul, Novo Hamburgo, Campo Bom, Charqueadas, Itajaí/SC, Itapema/SC, Balneário Camboriú/SC e Bombinhas/SC.

De acordo com a Polícia Civil, a associação criminosa investigada, que tem base no Vale dos Sinos, possui elos com facção nacional sediada em São Paulo e abastecia com drogas os bairros do extremo sul de Porto Alegre e São Leopoldo. Os lucros oriundos do tráfico de drogas, relata a investigação, eram lavados em setores da economia formal.

Dentre as ordens judiciais, estão listados 45 mandados de busca e apreensão, três mandados de prisão preventiva, 125 ordens de bloqueios bancários e 23 indisponibilidades de imóveis. O valor dos bens congelados da organização chega a um montante aproximado de R$30 milhões.

A investigação teve início no ano de 2021, em virtude de um crime de homicídio tentado, efetuado pelo líder da organização criminosa contra dois indivíduos que agenciavam clientes para escritório de advocacia.

“A razão do crime foi o suposto pagamento a menor feito aos agenciadores por parte do mandante, o qual, cobrado a complementar os valores de pagamento a advogado, decidiu matar os intermediários” disse o delegado Viafore.

A organização é acusada, também, de ameaçar os moradores de uma comunidade de Porto Alegre a pagar por um asfaltamento, com intuito de melhorar a recepção dos usuários do comércio de drogas. O asfaltamento aconteceu e está sob investigação.

A Operação Fratelli tem o apoio da Polícia Civil de Santa Catarina, e da Brigada Militar e Polícia Penal gaúchas.

Líder segue preso

Segundo a Polícia Civil, o líder dessa célula da organização, que já tem 10 indiciamentos por homicídio e quatro por tráfico de drogas, foi preso em um resort na Praia do Forte, na Bahia, em 2021. Atualmente, ele cumpre pena na Penitenciária Modulada de Charqueadas, na Região Metropolitana de Porto Alegre.