O Hospital Geral, assim como todos os hospitais do Brasil, tiveram superlotação de atendimentos durante a pandemia de covid-19 e há anos, eles vem sofrendo com a defasagem da tabela de valores do Sistema Único de Saúde (SUS). Estas situações ocasionaram um déficit financeiro de praticamente R$6 milhões, nos primeiros sete meses do ano no hospital de Caxias do Sul.
De acordo com o diretor da unidade, Sandro Junqueira, a cada R$100 reais que um paciente tem de despesa, o SUS paga R$60 ao hospital, o restante fica desassistido. Ele acredita que este percentual de R$6 milhões seja o maior prejuízo já contabilizado pelo hospital.
“Temos um déficit de R$6 milhões é o maior déficit da história do hospital. Mas estamos tomando medidas para evitar de qualquer forma a redução de serviços. Estamos trabalhando junto ao poder público de Caxias do Sul, ao Governo do Estado e até Brasília para que a gente possa ter um incremento de recursos ai e evitar qualquer tipo de transtorno ao atendimento.”
O diretor garantiu que irá trabalhar até o último minuto para que os serviços não sejam interrompidos. Até porque, segundo ele, o hospital é referência ao município e à outros 48 na região. Semana passada, por exemplo, 40 pessoas aguardavam um leito hospitalar e isso por óbvio pressiona o Hospital Geral.
Em Brasília, Junqueira buscou recursos, assim como outros diversos diretores de instituições de saúde no país. Contudo, devido ao período eleitoral os recursos estão limitados. Outra questão buscada pelo diretor, junto a União, é a destinação do recurso para o aumento do piso salarial dos enfermeiros. Ele acredita que a categoria merece ser valorizada, mas assim como foi prometido, o aumento só será possível se o governo encaminhar o valor para cobri-lo.
Hospital Geral segue em obras
Sandro Junqueira comentou que a obra de ampliação é uma situação a parte, as obras seguem seu fluxo com previsão de entrega ao final deste ano.
“São dois projetos a parte, inclusive quero agradecer a população, a obra ta andando em ritmo rápido até outubro tem a previsão de entrega de uma parte e até o final do ano ela completa. Isso está tudo equacionado, agora o que que se busca, no primeiro momento é viabilizar o déficit que hoje existe e pensar daqui dois ou três meses como que vai se dar o custeio desse novo espaço.”
O projeto de ampliação do HG foi iniciado em 2014, mas ficou paralisado de janeiro de 2017 até agosto de 2020, por falta de verbas. A ampliação vai expandir em 62% a capacidade assistencial, passando dos atuais 237 para 355 leitos (sendo 275 de internação e 80 de UTIs adulto, pediátrica e neonatal). Os 118 novos leitos são divididos em 87 novas vagas de internação e 31 de UTIs.
O cronograma das obras indica que o prédio de sete andares está com a previsão de entrega até dezembro, com a ala pediátrica entregue ainda antes, em outubro. O andamento da obra pode ser acompanhado no site todospelogeral.com.br , onde também constam as orientações para doação por pessoas físicas e jurídicas.