A defesa do presidente Michel Temer criticou, neste sábado, dia 14, o que chamou de vazamento criminoso dos vídeos com os depoimentos da delação premiada do doleiro Lúcio Funaro à Procuradoria-Geral da República (PGR). O advogado Eduardo Carnelós diz que o vazamento foi produzido por quem pretende “insistir na criação de grave crise política no país”.
Mas a acusação da defesa do presidente não é confirmada. Os depoimentos de Funaro estão disponíveis no site oficial da Câmara dos Deputados, e fazem parte do material relativo à segunda denúncia da PGR contra Temer, por obstrução de Justiça e organização criminosa.
Os vídeos foram enviados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 22 de setembro em ofício endereçado ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e foram liberados pela Câmara no dia 29 de setembro.
Os depoimentos, prestados por Funaro no fim de agosto, implicam acusações à cúpula do PMDB. Apontado como um dos operadores do partido em esquemas de corrupção, Funaro acusou o ex-deputado Eduardo Cunha de receber dinheiro de propina e repassar valores ao presidente Michel Temer, disse que o senador Romero Jucá seria o interlocutor do grupo no Senado, afirmou que existia uma meta para propina e denunciou que repassou a Cunha R$ 1 milhão para que o peemedebista pudesse “comprar” votos a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
O doleiro, que está preso desde junho de 2016, fechou acordo de delação, homologado pelo STF. Os termos do acordo preveem o pagamento de multa de R$ 45 milhões aos cofres públicos e o cumprimento de pena de prisão de dois anos em regime fechado.