O advogado de defesa do médico cubano, que supostamente teria feito insultos racistas a um enfermeiro da Estratégia da Saúde da Família na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro São Caetano, em Caxias do Sul, procurou a reportagem do Portal Leouve para dar a sua versão dos fatos.
Josivaldo Cruz, que representa o profissional, chamou a versão do enfermeiro de “estória”. Cruz diz que na tarde de 05 de janeiro, quando os dois trabalhavam no mesmo lugar, Eduardo Costa, o enfermeiro, teria agendado um cliente para após às 16h30min, horário em que o plantão do médico acabaria.
Conforme a defesa, ao ser informado de que o paciente estaria fora do horário e que não poderia marcar a consulta, Eduardo, de dedo em riste, teria chamado o médico de “canalha” e que ele “deveria voltar para Cuba“. O fato teria sido presenciado por outras pessoas, entre elas, testemunhas que o enfermeiro teria arrolado como suas.
O advogado ainda comentou que nos depoimentos destas testemunhas para a Polícia Civil, uma delas teria dito declarado que “não possui nada que possa declarar contra a conduta social do médico e que desabone a sua idoneidade” e que reconhece que está ciente que pode estar sujeita a punições criminais.
Um segunda testemunha, apontada por Eduardo, segundo Cruz, em depoimento teria reiterado que as ofensas partiram do enfermeiro e não do médico.
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A defesa ainda sustenta que, mesmo com o descumprimento dos protocolos de horários feitos pelo enfermeiro, o paciente foi atendido na ocasião.
O advogado finalizou dizendo que a troca de local de trabalho do enfermeiro, e a baixa em seu salário, ocorre devido ao seu desrespeito as normativas do local de trabalho. Com relação as denuncias feitas por ele, Cruz diz que ele terá que provar que foi chamado de “negro macaco” pelo médico perante as autoridades.
O advogado destacou que o médico trabalhou dois anos numa comunidade quilombola no estado de Alagoas, onde é muito querido pelos quilombolas.
A Secretaria Municipal de Saúde foi acionada para falar sobre o caso. Em nota por e-mail, a assessoria de imprensa da pasta respondeu:
“Em resposta à solicitação feita pela reportagem do Portal Leouve a respeito do caso do servidor Eduardo Costa, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informa que uma sindicância interna foi aberta para apurar o fato. Como o procedimento administrativo está em fase inicial, e para não prejudicar a coleta de provas e informações, a pasta só se manifestará ao final dos trabalhos.“
