Cidades

Decretada prisão preventiva de policiais suspeitos de atear fogo em homem, em Cachoeirinha

Os PMs serão julgados pelo homicídio de Juliano Maximiliano Fialho, que veio a óbito no começo deste mês, após o crime

Decretada prisão preventiva de policiais suspeitos de atear fogo em homem, em Cachoeirinha
Foto: Divulgação


Foram presos dois policiais militares suspeitos de atear fogo em um homem em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A prisão preventiva foi decretada pela juíza de Direito Camila Oliveira Maciel Martins, em plantão, na noite do sábado (25).

Um dos suspeitos já estava preso temporariamente e o outro estava solto, e se apresentou à polícia nessa segunda-feira (27). Os PMs do 26º Batalhão de Polícia Militar (26º BPM) são suspeitos do homicídio de Juliano Maximiliano Fialho, que veio a óbito no começo deste mês, após ter o corpo queimado.

Na decisão, a magistrada, que também atua no caso, junto a 1ª Vara Criminal de Cachoeirinha, explicou que os fundamentos da decisão se embasam na prova da materialidade delitiva e nos indícios suficientes de autoria do crime de homicídio qualificado.

E, ainda, devido ao risco concreto à ordem pública, à investigação e a instrução criminal, “tendo em vista que os policiais envolvidos têm pleno conhecimento dos moradores da região em que ocorreram os fatos”.

A Juíza destacou que a Brigada Militar é uma instituição de respeitabilidade, com atuação relevantíssima para a sociedade, “e situações deste jaez são isoladas e não refletem a honradez dos seus integrantes”.

“Com efeito, a Polícia Militar, um dos órgãos responsáveis pela segurança pública, nos termos do previsto no artigo 144, inciso V, da Constituição Federal, não pode ter agentes envolvidos em fatos desta natureza, sob pena de inversão de papéis e intensificação da sensação de impunidade, arriscando-se a perda da confiança da população e autorização para que se faça justiça privada”, considerou Camila Martins.

O caso

O crime aconteceu no começo da noite do dia 3 de fevereiro, no bairro Anair. De acordo com a investigação, quatro PMs estiveram no local, mas apenas dois teriam entrado na residência de Juliano e tiveram contato com ele momentos antes da vítima sair do local com o corpo em chamas, pedindo por socorro. Familiares relataram que ele já teria sofrido ameaças de morte anteriormente por policiais.

A suspeita é de que tenha sido utilizado perfume para causar as queimaduras em Juliano. Testemunhas que prestaram socorro ao homem relataram terem sentido um forte cheiro de perfume nele, levando a crer que a queimadura tenha ocorrido da combustão do produto inflamável.

A vítima foi conduzida por populares até a UPA em grave estado de saúde, vindo a falecer dias depois, no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre.

* Com informações do Tribunal de Justiça do RS