Opinião

De eleições e absolvição na Câmara

De eleições e absolvição na Câmara

Neste período pré eleitoral a gente que lida com informação fica pisando em ovos. Há medos descabidos e outros bem plausíveis. Há menos de uma semana participei de encontro promovido pela Agert e TRE com desembargadores e advogados empenhados em uma cooperação para o esclarecimento dos eleitores. Mas a gente recebe uma carga cavalar de prudentol. Não pode isto, não deve aquilo, cuidado com as fontes, não caia em ciladas…

Enfim, é preciso cuidar o que se diz no microfone, o que se escreve nas redes sociais e tentar cuidar pra não cair nas armadilhas dos verdadeiros binladens do faceboock. De toda sorte é preciso continuar vivendo e bem dizem os juízes eleitorais: o jornalista precisa e deve continuar trabalhando, sobretudo quando sua matéria-prima é a política.

Neste sentido os dias têm sido intensos. Veja só, na semana passada se pensava que o vereador Moisés Scussel iria desistir da candidatura. Pelo menos foi o que dois jornalistas experientes aqui da cidade divulgaram. Depois o vereador desmentiu, disse que foi mal interpretado e fincou pé na candidatura. Seu companheiro de partido, Filipe Toledo – não convide os dois para a mesma mesa – achou que automaticamente estava ungido. Não foi bem assim. Toledo até falou na convenção do PSDB, mas seu nome não apareceu como candidato na ata do partido. Quem conhece o Toledo sabe que ele vai atrás. Entrou com medida cautelar para assegurar o direito de ser candidato.

Ontem assisti o empresário Paulo Caleffi no CIC. Falou como palestrante experiente que é para um público que é quase a extensão de sua família. Evitou pedir voto pra não infringir a lei eleitoral. Mandou bem o seu recado, “do jeito que está não dá pra ficar” e denunciou aquilo que já sabemos: todo o sistema eleitoral é montado de modo a permitir que quem já está no Congresso por lá permaneça. Entrar neste seleto grupo é tarefa pra leão. Então Caleffi passou a rugir, que ele também sabe, embora sua cordialidade nem sempre permita que se veja.

Pois a cidade de Bento Gonçalves tem 10 ou 11 candidatos e as pessoas se impressionam. Bobagem. De todos eles não mais do que três três passarão dos cinco mil votos. É minha aposta. E notem que o PT não apresentou candidato na cidade este ano. A turma do 13 vai precisar optar por aqueles que já se conhece e que são de fora da cidade. E sim, é claro que muitos votos irão para candidatos de fora de outros partidos também. Enquanto não existir o voto distrital vai ser assim mesmo.

E por falar em PT, achei muito interessante a votação da Câmara de Vereadores esta semana. Por 15 votos contra 2 (Petrolli e Idasir) rejeitaram o parecer do TCE que mandava reprovar as contas do prefeito Lunelli de 2012. O ano em que a terra benta parou. Foram sensibilizados por visita da viúva Irmaci e pela boa sustentação oral do advogado Rodrigo Leusin. A aprovação da rejeição tornaria Lunelli inelegível (!!!) e traria mais complicações ao seu espólio. De toda forma as complicações herdadas pela família não devem se esgotar neste capítulo. Não sou vereador e não precisaria dizer isto, mas achei sensata a posição da maioria dos vereadores. Ah! uma ressalva: dois vereadores manifestaram interesse em se abster da votação. O presidente Moisés Scussel não admitiu, salvo diante de robustos argumentos para tanto. Parabéns ao presidente.