Comportamento

De cartão postal ao abandono; a situação do Balneário Santa Rita em Farroupilha

De cartão postal ao abandono; a situação do Balneário Santa Rita em Farroupilha

Um dos principais cartões postais de Farroupilha na década de 90, o Balneário Santa Rita está abandonado. Localizado a aproximadamente três quilômetros do centro da cidade, o parque é formado por cerca de 100 hectares em meio a área verde, circundado por um lago artificial de 87.000 metros quadrados.

Há ainda uma ilha, a qual se tem acesso através de uma ponte, em uma área totalmente arborizada. O local contava também com infraestrutura com restaurante, bar, área de camping, trilhas, churrasqueiras, galpão crioulo, estacionamento, parque infantil e passeios de pedalinhos.

Contava, já não conta mais.

A reportagem do Grupo RSCOM esteve no parque e constatou um cenário de abandono que vai desde a entrada, com pedras para evitar o acesso de veículos e com a guarita completamente destruída, sem portas e janelas, até o grande lago, com mais da metade tomado por vegetação e assoreado.

Conforme a titular da secretaria do Meio Ambiente de Farroupilha, Cristiane Girelli Chieli, há um projeto para que o parque seja revitalizado. Ela diz que existia um plano para transformar a área em uma unidade de conservação ambiental, que foi motivada por um questionamento do Ministério Público.

Cristiane disse que este projeto não será feito. Ela explicou os motivos.

“Transforma-lo nesta unidade não teria um bom olhar da população, já que ele seria usado exclusivamente para a educação ambiental e não como um parque urbano propriamente, que possa ser usado para o lazer. Nosso viés é utilizar ele como lazer e turismo. A área é riquíssima em termos de meio ambiente. Apesar de estar com aspecto feio e abandonado, a sensação de caminhar por lá ainda é incrível”, disse.

De fato, o grande parque mantém um ar que relembra os seus bons tempos, com famílias utilizando os quiosques e churrasqueiras ao ar livre, as crianças brincando no parquinho – que hoje conta com um escorregador e uma gangorra enferrujados – e os tradicionais pedalinhos, que não se sabe onde foram parar ao longo dos últimos anos.

A ponte, um dos símbolos do parque, está podre. Parte das madeiras caíram e as que ainda estão firmes, não oferecem segurança para quem quiser atravessar e chegar até a ilha.

O antigo restaurante, palco de festas de casamento e aniversários, é um completo esqueleto de concreto. Os vidros das portas, janelas e parte do forro foram furtados. Os banheiros estão sujos e com um forte cheiro. Até mesmo a placa com a data de inauguração do parque não existe mais.

De acordo com a secretária, ainda neste ano de 2021, está sendo programada a limpeza do açude e a retirada das chamadas “marrequinhas” (planta aquática flutuante muito utilizada em aquarismo) que estão no local. Após isso, será feito um estudo de viabilidade para uma Parceria Público Privada (PPP).

O diretor da secretaria, Nestor Zanonato Filho, diz que apesar de não haver um prazo para que ocorra, o objetivo é realizar a parceria nos mesmos moldes de outros casos que já existem no Rio Grande do Sul.

“Nossa ideia da PPP, é nos basear na forma como foi feito no Parque Nacional de Aparados da Serra, onde a área de preservação será mantida pelo município e a área que não tem o estágio avançado de flora e vegetação ser explorada turisticamente. Então, é usar este molde que já da certo, onde o parque terá o viés de preservação, mas também da parte turística, como sempre foi a forma que ele foi utilizado e explorado”, comentou.

A expectativa de Cristiane é de que até o final de 2022, se tudo caminhar como planejado, o parque já possa estar aberto novamente para o público, que poderá desfrutar de mais um local ao ar livre, e para as escolas, que terão um bioma para ser explorado e estudado.

Confira um vídeo do local:

Imagens: Schaiane Sacramento/Grupo SRCOM