Nesta quarta-feira, dia 12 de maio, é celebrado o Dia Internacional da Enfermagem. No momento atual, mais do que nunca, devemos homenagear e agradecer aos profissionais de saúde que estão há mais de um ano em uma luta incessável para salvar vidas.
O profissional de Enfermagem não para. Da chegada dos pacientes ao hospital até a alta, todos os processos envolvem os enfermeiros. Monitorar sinais vitais, iniciar os primeiros socorros, aplicar medicamento, entubar, conversar e acalmar o paciente, fazer eletro, conferir prescrições, dar assistência do início ao fim aos médicos durante procedimentos.
Os plantões são longos e o descanso é breve, quando existente. O trabalho não fica no hospital, ele acompanha os profissionais pra casa no fim do expediente. A preocupação com o paciente em estado grave, a dor pela família que sofreu uma perda, a dúvida.
A enfermeira da UPA Zona Norte de Caxias do Sul, Sabrina Andretta Damiani, 29 anos, relata um pouco da rotina diária, cheia de altos e baixos, trabalhando na área da saúde.
“Eu trabalho na sala de emergência da UPA, onde recebemos todos os pacientes que chegam, seja com a Samu, de forma espontânea, trazidos por familiares ou pela triagem”, conta. “Ali nós fazemos o monitoramento, verificamos os sinais vitais e através disso, da condição clínica do paciente, começamos a medicação, conforme os médicos vão prescrevendo, e seguimos analisando o quadro”.
Depois de identificar o tipo de tratamento que a pessoa precisa e iniciá-lo, os profissionais de Enfermagem entram na parte do diálogo, da conversa e do apoio ao paciente. Eles trabalham em conjunto com uma equipe multidisciplinar, composta por assistentes sociais e médicos focados na Enfermagem.
“Nós precisamos manter o fluxo da unidade, a sala bem organizada, com tudo em seu devido lugar. Não podemos iniciar um plantão com materiais faltando, por exemplo”, explica. “Precisamos tomar decisões quando faltam leitos. Qual paciente pode ser liberado? Qual pode ser transferido para outra sala? Precisamos manter o fluxo sempre”.
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Trabalhar na área da saúde também envolve muitos sentimentos. A enfermeira relata a sensação de impotência ao não conseguir dar o suporte necessário ao paciente e a família, que fica ansiosa aguardando por uma palavra de esperança. Não são raras as ocasiões onde os profissionais se colocam no lugar do familiar, de uma mãe desesperada ao ver um filho ferido.
“O sentimento é horrível, eu choro, sabe? Porque querendo ou não a gente se coloca no lugar. O sentimento dos pais em relação aos filhos é forte demais”, comenta. “E ali, nesse tempo de pandemia, foi muito difícil. A UPA não é um hospital, mas sim uma Unidade de Pronto Atendimento, então falta o suporte necessário para dar continuidade aos tratamentos. Os hospitais têm tomografia, ressonância, mais equipamentos do que uma UPA. E isso acaba nos limitando”.
Devido a superlotação dos hospitais, as pessoas começaram a ficar nas Unidades de Pronto Atendimento aguardando leitos. Toda a situação fugiu completamente da rotina a que os profissionais de saúde estavam acostumados. As cenas, jamais vista pelas equipes até então, viraram parte do cotidiano.
“Nós tínhamos muitos medos, sabe? E se faltasse oxigênio como em Manaus? E se faltasse ventilador? A UPA é atendimento básico, mas tínhamos ali pacientes graves”, relata. “E outra coisa, os familiares não podiam entrar ver os pacientes, para evitar o contágio. Aí os pacientes choram, ficam ansiosos, angustiados por não saber da família. Isso é muito, muito ruim, o sentimento é indescritível. Tudo isso é extremamente exaustivo e desgastante, principalmente emocionalmente”, complementa.
Esse é apenas um relato entre tantos outros. Centenas de profissionais vivem diariamente essa montanha-russa que é a enfermagem, a área da saúde. Momentos de alegria ao salvar uma vida, intercalados com lágrimas ao vivenciar tanta dor e sofrimento.
O Grupo RSCOM, assim como toda a população, parabeniza os profissionais de Enfermagem nessa data e agradece a todo o serviço prestado. A Enfermagem salva vidas.
