A investigação que revelou um esquema de negociações entre os criminosos líderes das três facções envolvidas na disputa territorial pelo tráfico, em Porto Alegre, vai acarretar também em mudanças no sistema penitenciário. Uma operação, deflagrada nesta quinta-feira (8), cumpriu 32 mandados de prisão temporária e 23 de busca e apreensão, tendo como um dos alvos o indivíduo conhecido como “Paulão da Conceição”.
Segundo o chefe da Polícia Civil gaúcha, o delegado Fábio Motta Lopes, o ex-líder do tráfico na Vila Maria da Conceição era um dos poucos envolvidos que ainda estava solto. Os outros se comunicavam, para negociar acordos de guerra e paz e venda de armamentos, de dentro da cadeia. “Haverá mudanças, alterações, deslocamento destas lideranças no Rio Grande do Sul. Algumas delas serão enviadas ao sistema penitenciário federal”, resume.
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O ataque a tiros que deixou três mortos e 23 feridos no bairro Campo Novo, na zona Sul da Capital, no último domingo, é tido como um exemplo do perigo representado por estes indivíduos à sociedade. “Foi uma ação audaciosa, e movimentos do tipo não acontecem sem que haja a ordem de um líder. Todas as lideranças, com a exceção do Paulão, estavam nas unidades prisionais. É importante tirá-los da zona de conforto”, afirma Lopes.
Os nomes dos criminosos presos que serão transferidos e a data em que a movimentação vai ocorrer permanecem sob sigilo. Segundo a Polícia Civil, as forças de segurança estão atuando de forma integrada neste processo. Prova disso seria a participação da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) nas investigações que antecederam a operação Senhores do Crime, que teve desdobramentos dentro do sistema carcerário.
