Foto: Sede do SESI em Bento Gonçalves/Patrick Alessi/Grupo RSCOM
Foto: Sede do SESI em Bento Gonçalves/Patrick Alessi/Grupo RSCOM

Bento Gonçalves e Rio Grande do Sul - Uma decisão administrativa do SESI (Serviço Social da Indústria) de Bento Gonçalves está forçando pais e mães do setor industrial a uma difícil escolha entre o emprego e os filhos. A unidade cortou o serviço de almoço para estudantes do contraturno escolar. Consequentemente, trabalhadores agora precisam resolver, sozinhos, como seus filhos farão a refeição principal do dia.

Essa mudança joga uma complexa logística no colo das famílias. Os pais devem interromper seu próprio horário de almoço para buscar e alimentar as crianças. Alternativamente, precisam arcar com uma despesa extra para pagar por uma refeição externa. Para orçamentos já apertados e jornadas de trabalho com pausas curtas, essas opções são um grande desafio.

Impacto direto no trabalho e na produtividade

A medida gera um efeito cascata. A principal função social do SESI é, precisamente, dar suporte às famílias dos trabalhadores da indústria. Portanto, a remoção de um pilar como a alimentação no contraturno cria insegurança.

Em outras palavras, um problema doméstico transforma-se rapidamente em uma questão produtiva. O setor industrial, que mantém o SESI através de contribuições, pode sentir os efeitos. Afinal, a possibilidade de aumento no número de faltas ao trabalho ou na queda de atenção dos colaboradores preocupa os gestores.

A insatisfação é sensível entre os pais de alunos. Enquanto o diálogo não avança, a incerteza recai sobre as famílias. A medida, apresentada como um ajuste contábil, revela-se um complexo problema social. Ela joga sobre os ombros do trabalhador industrial um peso que, até então, era compartilhado pela instituição criada justamente para ampará-lo, levantando a questão: a quem serve um serviço social da indústria que dificulta a vida de quem trabalha nela?

SESI Bento Gonçalves