Em nota oficial, a Brigada Militar informou que foi identificado e ouvido nessa quinta-feira o responsável por áudios anônimos que circulam nas redes sociais, nos quais profere insultos contra uma policial militar que teria abordado-o supostamente em uma blitz na rua Luciana de Abreu, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. O motorista disse que deu negativo o teste do bafômetro feito por um agente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), o que teria o deixado mais irritado pois alegou que havia suspeita inicial da brigadiana de que estivesse embriagado.
Em três mensagens sonoras, com muitos palavrões, o indivíduo xinga a policial militar. “Tu acha que eu vou deixar uma negra me prender? Eu mato ela, mas não vou preso…raça desgraçada…nojo…e ainda era gorda e negra”, falou aos gritos. “Como é que me deixam uma negra virar brigadiana? Não dá velho…além de tudo era gorda ainda…Quem ela acha que é? Olha essa raça desgraçada”, esbravejou nos áudios. “Odeio essa Brigada Militar”, frisou.
“Tendo em vista o teor dos áudios que circularam em grupos de redes sociais e na imprensa, com manifestações preconceituosas diversas e que, supostamente, teriam sido direcionadas a uma policial militar, o Comando-Geral da Brigada Militar vem por meio dessa nota prestar esclarecimento à sociedade. Primeiramente, reiterar que a Brigada Militar repudia veementemente qualquer conteúdo de intolerância, mesmo que simbólica, tratando-se a intolerância racial como crime no Brasil e uma grave violação de Direitos Humanos. Ademais, se esclarece que a Corregedoria-Geral da Brigada Militar, por meio do Programa PM Vítima, ouviu nesta data o autor dos áudios em questão e dedica atenção especial ao caso, dando continuidade aos esclarecimentos dos fatos que envolvam a Corporação, visando sua completa elucidação”, informou a corporação na nota oficial.
Um outro comunicado já havia sido divulgado antes pela instituição. “A Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul vem a público repudiar veementemente o conteúdo que tem circulado em áudios na imprensa e em redes sociais, com manifestações preconceituosas de cunho racista, machista e que denotam extremo desprezo e desrespeito à função policial militar, além de clara ameaça de morte. Tais ofensas teriam sido direcionadas a uma policial militar integrante da nossa instituição. A Brigada Militar é a força da comunidade na cotidiana defesa da democracia, da liberdade, da igualdade e da garantia de direitos inerentes à cidadania, tendo o respeito a todo ser humano como uma de suas premissas basilares. A Corregedoria, através do Programa PM Vítima, criado para defesa do policial militar vítima de atos ofensivos à sua condição profissional ou humana, já iniciou a apuração rigorosa dos fatos para identificação e responsabilização do autor dos ataques”, manifestou-se.
Fonte: Correio do Povo