Opinião

Copa, gripe, meninas se beijando…

Copa, gripe, meninas se beijando…

A gente viu, a Copa do Mundo foi um show de etnias. Algumas seleções como a da

Islândia, Suécia e Croácia formadas por jogadores com a tez bem branquinha. Na França já nem chama mais a atenção que tantos negros nela joguem.

A verdade é que mesmo sendo a duras penas, países como, de novo, a França e a Inglaterra precisaram absorver a diversidade cultural de suas ex-colônias. Não há muros nem preconceitos que vençam o desejo de matar a fome e tentar um futuro melhor aos seus filhos. Nem mesmo as diferenças religiosas conseguem impedir o movimento migratório. Afinal, já vivemos algum tempo num mundo que efetivamente se tornou aquela velha aldeia global. Estamos a um click do Japão e até mesmo a barreira da língua vem sendo superada por conta dos aplicativos.

Sei, ainda há gente injustamente morrendo de inanição. Mas as fronteiras agrícolas graças à ciência, foram ampliadas de maneira que não se poderia imaginar seis ou sete décadas atrás.

Centenas de bilhões de dólares são investidos na ciência médica, tecnológica, agrícola e seja lá qual for a atividade humana que se imagine. E novas fortunas são geradas.

Ainda assim, diariamente, seres humanos se matam por intolerância religiosa, de gênero, por ideologias políticas divergentes.

Conclua-se daí que o mundo evoluiu, mas muitas pessoas continuam presas ao século XX ou XIX. Estão aí os confrontos e estragos feitos em Paris durante as comemorações do bi-campeonato Mundial.

Elegemos a classe política para depois jogar-lhe todas as culpas e, verdadeiramente, quando vemos um Puttin e um Trump dando as cartas é de se pensar, o que estamos querendo? Que mundo desejamos aos nossos filhos?

A classe política é tão desprezada quanto é essencial. Diariamente novos desafios aparecem. Educação, segurança e saúde formam um tripé essencial para a paz social e tudo isto só se alcança se a sociedade for economicamente desenvolvida.

Note-se que em apenas poucos meses estamos vendo uma doença antes controlada como o sarampo, multiplicar-se pelo país. Na Europa surge um novo vírus de DST resistente a antibióticos, no coração do RS, ali em Santa Maria surge um surto de toxoplasmose. E a vacina contra a gripe continua sendo distribuída de forma precária. Parece bobagem, menosprezamos porque em geral a gripe não mata. Mas só que contrai o vírus sabe a dor e a perda de produtividade que ela causa. Além do fator de disseminação para quem tem contato com a pessoa doente.

As meninas se beijam na praça e nos importamos, um imigrante entra no mesmo elevador e há um desconforto como se todos nós não tivéssemos imigrado em algum momento no passado. |Nos importamos com o carro do vizinho e como ele educa o seu filho. Brigamos por uma vaga no estacionamento. Bem, aí tudo começa a fazer sentido. Vem Copa, vai Copa, o mundo evolui e ainda assim parece que aprendemos tão pouco.