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Consumidor mostra que agora se preocupa mais com preços, diz pequisa

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/EBC
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/EBC

O estudo “Comportamento de Compra do Consumidor de Vestuário”, divulgado esta semana, no Rio de Janeiro, pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial -Iemi -, abordando o comportamento de compra de 1.250 consumidores de vestuário de todas as idades, regiões e poder de compra entrevistados no último mês de agosto, constatou que o preço é o principal fator de escolha, ao contrário do bom atendimento, que prevaleceu no estudo anterior, feito em 2017.

Segundo o diretor do instituto, Marcelo Prado, os resultados surpreenderam. Em 2017, no auge da crise econômica, eram consumidos produtos de maior valor agregado.

“Agora, nós estamos vendo um retorno dos consumidores de menor renda ao mercado, que tinham desaparecido na crise, porque essa população mais vulnerável foi a mais afetada”.

Agora, a procura é por um produto mais barato, mais focado em preço, mostra o novo estudo. O formato de venda se transforma, com destaque para produtos mais básicos do que inovadores.

A pesquisa mostra também que os consumidores, em especial das classes C e D, começam a utilizar as lojas online, apesar de as lojas físicas ainda predominarem na venda de artigos de vestuário, sendo preferidas por 79% dos consumidores. Cerca de 17% dos consumidores disseram ter efetuado sua última compra pela internet, contra 14% na sondagem de 2017.

Segundo ele, a internet passou a ser uma coisa do dia a dia das pessoas, mais usual e comum. As compras online representam apenas 1,3% do faturamento do consumo de vestuário.

Por outro lado, Prado informou que estão sendo trazidas muitas marcas de fabricantes e produtores para a internet, o que pode estimular a oferta direta da marca, pulando o varejo tradicional e indo direto para o consumidor.

O estudo revela, ainda, que, entre os consumidores que optaram pelo varejo físico, 50% fizeram sua última compra em shoppings, contra 49% há dois anos. Já a preferência por lojas de rua permaneceu igual, apontada por 32% dos entrevistados. De acordo com o diretor do instituto, a média de peças adquiridas por compra pelos consumidores permaneceu estável em relação a 2017.

Prado prevê retomada do crescimento de vendas do varejo têxtil ao longo dos últimos meses. As perspectivas para o fim do ano são de expansão das vendas do varejo têxtil em torno de 1,7%, mas pode ser um percentual ainda maior, por causa da base comparativa. O diretor do instituto recordou que, no ano passado, houve a greve dos caminhoneiros e um período eleitoral turbulento.