Cidades

Conheça Alexandre Malabares que há 13 anos trabalha nas ruas de Farroupilha

Ele é o personagem do quadro Figuras do Dia a Dia

Foto: Cristiano Lemos/Grupo RSCOM
Foto: Cristiano Lemos/Grupo RSCOM

Quem passa pelo centro de Farroupilha, mais precisamente no cruzamento da Rua Independência com a Rua Barão do Rio Branco, certamente já viu uma figura que passa as tardes, e às vezes até as noites, realizando malabares no semáforo. Alexandre Brumelhaus, ou somente Alexandre Malabares, como gosta de ser chamado, está há 13 anos ganhando a vida desta forma. Faça chuva ou faça sol, ele fica ao menos cinco horas por dia realizando os seus números em troca de contribuições dos motoristas que passam pelo local.

Alexandre conta que é natural de Farroupilha e que começou a fazer malabares como uma brincadeira. Ele teve contato com outras pessoas que já realizavam o número e começou a treinar em casa antes de ir para as ruas. Com um começo difícil, hoje ele diz ter criado uma técnica para saber o tempo que ele precisa entre realizar o número e sobrar ao menos 10 segundos para poder passar nos carros.

Do começo com bolinhas, ele foi se aperfeiçoando e hoje apresenta números que envolvem bolas, malabares com fogo e, o seu preferido, com três facões. Porém, nem sempre tudo saiu como estava planejado. Alexandre contou sobre os acidentes que já sofreu nesse tempo.

“Uma vez eu fui atropelado, quase quebrei a perna. Já tive cortes com o facão também, mas o pior foi quando eu estava trabalhando com fogo e o produto acabou vazando e queimou a vitrine de uma loja de automóveis. Foi tudo muito rápido e quando percebi tentei jogar água para apagar e isso deu um choque térmico que acabou quebrando o vidro. Mas eu conversei com o dono da loja, ele entendeu e conseguimos resolver numa boa”, disse.

Alexandre é solteiro e mora com familiares em Farroupilha. Ele também contou que no começo da carreira sofreu com o preconceito. Pessoas passavam por ele e o chamavam de vagabundo ou mandavam ele ir buscar um emprego. Mas isso nunca preocupou o artista que sempre acreditou que o que ele apresenta no semáforo é apenas a sua forma de fazer arte e que isso é o trabalho dele e o que lhe garante uma renda que auxilia nas contas de casa.

Ele diz não pensar no futuro, que prefere sempre viver um dia de cada vez, mas que os 13 anos trabalhando na rua lhe deram a certeza de que a arte que ele produz lhe garante dignidade e felicidade. Mas que um dia ele pretende fazer parte de um circo ou de algo na televisão que lhe de visibilidade.