A confiança da indústria caiu 1,7 ponto em julho, interrompendo sequência de três altas consecutivas, segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV). Trata-se do Índice de Confiança da Indústria (ICI) do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, e o referido recuo posiciona o ICI em 99,5 pontos, após três altas consecutivas. Na métrica de médias móveis trimestrais o índice ainda avança, em 0,7 ponto.
Economista da FGV IBRE, Stéfano Pacini, disse que após acumular três altas consecutivas, o ICI volta a cair, influenciado pela moderação do otimismo empresarial quanto à evolução dos negócios ao longo do segundo semestre.
“As expectativas menos favoráveis parecem decorrer da perspectiva de manutenção de níveis elevados de inflação e de juros até o final do ano, além do aumento da incerteza política durante o período eleitoral. Há ainda relativa satisfação com a situação corrente dos negócios apesar da ligeira piora do ISA na margem, algo que pode ser identificado nas avaliações favoráveis sobre a demanda externa e pelo movimento de regularização dos estoques”, frisou.
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Confiança da indústria da FGV
Ainda de acordo com o levantamento, em julho houve queda da confiança em 11 dos 19 segmentos industriais monitorados pela Sondagem. O Índice Situação Atual (ISA) recuou 0,9 ponto, para 101,4 pontos. O Índice de Expectativas (IE) caiu 2,6 pontos para 97,6 pontos.
Entre os quesitos que integram o ISA, o pior desempenho ocorreu no indicador de percepção dos empresários em relação à situação atual dos negócios, com queda de 4,5 pontos, para 101,1 pontos.
Em contrapartida, o indicador que mede o nível dos estoques recuou 2,3 pontos em julho, para 99,6 pontos, na região neutra, em que os estoques estariam equilibrados. Quando este indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável). Por fim, o indicador que mede o grau de satisfação das empresas com o nível de demanda por produtos industriais manteve-se estável em 102,8 pontos.
Expectativas
Entre as expectativas, o indicador que mede o otimismo com a evolução da produção física nos três meses seguintes foi o que mais influenciou na queda do ICI em julho, ao cair 7,8 pontos, para 95,1 pontos.
Enquanto isso, o indicador de tendência dos negócios para os seis meses seguintes recuou 1,3 ponto, para 93,9 pontos, continuando em patamar baixo em níveis históricos. Já o indicador de expectativas de emprego nos três meses seguintes caminhou no sentido contrário e subiu 1,3 ponto, para 103,9 pontos, na sua quarta alta consecutiva. Esse é o melhor resultado para o indicador de emprego desde outubro de 2021.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria aumentou 0,9 ponto percentual em julho, para 82,3%, o maior nível desde março de 2014.