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Condenado a 22 anos de prisão por homicídio, réu também terá que indenizar a viúva e os filhos da vítima

Um homem foi condenado em Porto Alegre a mais de 22 anos de prisão pelo homicídio de um homem e tentativa de homicídio contra a esposa dele, em 2021. Como a vítima sobrevivente ficou com dois filhos pequenos para criar, a Justiça também determinou que ela seja indenizada em R$ 30 mil, ao passo que cada criança deverá receber R$ 20 mil.

Na sentença, o juiz aceitou o argumento do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) de que a perda do principal responsável pelo sustento da família causou não apenas o sofrimento psicológico, mas também o prejuízo financeiro permanente.

A fixação da sentença levou em conta, ainda, o fato de a mulher passou a enfrentar despesa mensal com remédios e consultas, em consequência direta do ataque sofrido. Ela ficou com sequelas de visão e neurológicos, enquanto o casal de filhos ainda passam por tratamento psiquiátrico, combinado a medicação. A promotora Lúcia Helena de Lima Callegari, que atuou em plenário no caso do homicídio, frisou:

“Desde que a lei mudou, em 2008, tenho lutado ferrenhamente para que haja indenização nesse tipo de caso. Os valores não vão trazer de volta o pai de família e nem vai acabar com toda a dor existente, mas possibilitará que algum conforto diante de toda a situação”.

Detalhes do homicídio

O duplo homicídio foi cometido em 10 de agosto de 2021, na estrada Afonso Lourenço Mariante, bairro Lomba do Pinheiro, Zona Leste da capital gaúcha. O réu tinha uma dívida financeira com o casal, que prometeu quitar naquele dia.

Ele então pediu carona às vítimas para “buscar o dinheiro” e, no caminho, disse que precisava pegar um objeto em um determinado local. Na verdade, tratava-se de uma arma-de-fogo.

Desconfiadas, as vítimas negaram a solicitação, a menos que o devedor deixasse o artefato em casa. Ele fingiu concordar e todos rumaram para a residência do homem, que simulou ter cumprido o trato e voltou ao veículo com a arma escondida.

Em seguida, ele alegou que o dinheiro estava na residência da tia de sua namorada. O casal não chegou ao destino: durante o trajeto, ele aproveitou que estava no banco de trás para surpreender a tiros o casal.

O primeiro disparo foi feito à queima-roupa, na cabeça do motorista do automóvel, que teve morte instantânea. Já o segundo atingiu a nuca da mulher. O executor fugiu a pé. Apesar do grave ferimento, ela sobreviveu e ainda obteve carona com um desconhecido até o hospital mais próximo.

Fábio Carnesella

Jornalista com pós graduação em comunicação digital. Atua no jornalismo desde 2002, com passagens por diversos emissoras da serra gaúcha. Assessor de imprensa na Câmara dos Deputados e Diretor de Comunicação da Prefeitura de Flores da Cunha.

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