A Polícia Civil de Canela concluiu, nesta sexta-feira (08), as investigações relativas às 8ª e 9ª fases da Operação Caritas, que apura diversos crimes de corrupções em parte do poder público da cidade. O inquérito policial concentrou investigações na Secretaria do Meio Ambiente de Canela, com apuração de vínculos existentes entre servidores do alto escalão da Pasta com diversas empresas privadas com atuação na área ambiental, seja sendo contratadas pela Prefeitura Municipal sem licitação, seja prestando assessoria ambiental para grandes empreendimentos que buscavam licenciamentos. Verificou-se que algumas dessas empresas são ligadas a alguns dos servidores investigados ou mesmo a eles pertencem (sociedade oculta ou “laranjas”).
No dia 19 de maio deste ano, na 8ª fase das investigações, a Polícia Civil de Canela cumpriu, simultaneamente, 180 medidas judiciais, incluindo-se prisão preventiva, medidas cautelares diversas da prisão, afastamentos cautelares de servidores públicos, mandados de busca e apreensão, quebras de sigilo, apreensão de veículos e restrição de venda a imóvel. Ao todo, 130 policiais civis participaram da operação policial, que foi realizada em 15 cidades do Rio Grande do Sul, além de Florianópolis (SC) e Goiânia (GO). No dia 1º de julho, um investigado, que já havia sido preso na fase anterior (19), foi preso novamente. Ele se encontra recolhido no Presídio Estadual de Canela, tendo sido apurado pela Polícia Civil que forjou fatos e intimidou pessoas durante as investigações.
De acordo com a investigação há contratos que somam até R$ 8 milhões sob suspeita. Ao todo 18 pessoas foram indiciadas, entre servidores (todos foram exonerados após a operação policial) e empresários, totalizando 100 indiciamentos. Dentre os crimes apontados pela Polícia Civil de Canela, estão as práticas de falsidade ideológica, uso de documento falso, peculato, concussão, corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, crimes em licitações e contratos administrativos e crimes ambientais, entre outros.
No inquérito policial foram apreendidos valores em conta corrente, automóveis e há a restrição a um imóvel dos investigados. Os valores dos bens somados ultrapassam R$ 3 milhões e, segundo a Polícia Civil, foram apreendidos para viabilizar futuro ressarcimento aos cofres públicos em eventual condenação dos investigados.
*Fonte PC