O Rio Grande do Sul deve produzir 40,82 milhões de toneladas de grãos na safra 2023/24. Isso representa um aumento de 48% em relação ao ciclo passado, quando o estado produziu 27,58 milhões de toneladas. Já a área destinada ao plantio está prevista em 10,3 milhões de hectares, 1,7% a mais do que a safra 2022/23. As estimativas são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que apresentou na manhã desta quinta-feira (8) o seu 5º Levantamento da Safra de Grãos.
No RS, todas as principais culturas apresentam aumento de produção. Para o arroz, está prevista uma safra de 7,6 milhões de toneladas, uma alta de 10,5% em relação ao ciclo anterior, quando foram colhidas 6,9 milhões de toneladas. Em relação ao feijão, a Conab estima alta de 4,8% na produção, com 74,1 mil toneladas. Na safra passada, foram produzidas 70,7 mil toneladas do grão.
Já as produções de milho e soja devem ter um aumento de 44,2% e 68,1%, respectivamente. Na safra 2022/23, o estado colheu 3,7 milhões de toneladas de milho e 13 milhões de toneladas de soja. Na safra atual, a previsão é que os agricultores produzam 5,4 milhões de toneladas de milho e 21,9 milhões de toneladas de soja.
“A estimativa de excelente safra gaúcha está compensando a baixa prevista na safra brasileira de grãos, principalmente na soja, que tem uma estimativa de quebra de 3,4% no país”, afirma o presidente da Conab, Edegar Pretto.
Mercado
Com a atualização na estimativa produção da soja, as exportações também devem ser reduzidas em 4,29 milhões de toneladas, saindo de 98,45 milhões de toneladas para 94,16 milhões de toneladas. Além disso, a Companhia realizou ajuste estatístico na quantidade da oleaginosa esmagada, totalizando aproximadamente 53,36 milhões de toneladas. Cabe registrar que as perdas da soja no Brasil estão sendo compensadas pela recuperação da safra argentina, semelhante ao ocorrido no Rio Grande do Sul.
As vendas de milho ao mercado internacional também foram ajustadas em 3 milhões de toneladas. Com isso, os embarques do cereal devem chegar a 32 milhões de toneladas. Essa queda se explica não só pela atualização da safra estimada, bem como é influenciada pela maior oferta do grão disponível no mercado internacional, em meio à boa safra norte-americana. Já a demanda doméstica está estimada em 84,1 milhões de toneladas.
Para o arroz, o volume exportado deverá cair para 1,5 milhão de toneladas, mesmo com a recuperação produtiva no país. Os preços internos acima das paridades de exportação e a recomposição produtiva norte-americana influenciam neste cenário.
No caso do algodão, o estoque final do produto teve um reajuste para 2,28 milhões de toneladas, uma vez que o consumo interno se manteve em 730 mil toneladas e as exportações estão estimadas em aproximadamente 2,5 milhões de toneladas.