Erotile da Rosa Pereira, de 52 anos, perdeu a vida ao atravessar a BR-116, em Caxias do Sul, para embarcar em um ônibus, no início da manhã do dia 24 de julho. Ela foi atropelada por um VW Up, que trafegava em alta velocidade no km 137. Quase três semanas após o acidente, a cunhada de Erotilde, Maria Teresa Russel, 56, quer evitar que novas tragédias aconteçam no trecho, que fica próximo a localidade de Parque dos Pinhais.
Por isso, ela organiza, junto a moradores, uma mobilização pacífica para reivindicar mais segurança no trecho. O ato ocorrerá neste domingo (6), a partir das 14h.
“A manifestação vai ser para que a comunidade seja vista pelos políticos, pelos órgãos responsáveis por melhorar a sinalização deste local. Assim como foi a minha cunhada que entrou em óbito, pode acontecer com outras pessoas, por que o pessoal passa ali totalmente acima do limite de velocidade [permitido]”, desabafa Maria.
Os principais pedidos são por uma sinalização mais clara no trecho de pista simples, como redutores de velocidade. A comunidade da região, que relata diversas dificuldades no cotidiano, também reivindica reforço na iluminação pública.
“Todos os dias os moradores do bairro [Parque dos Pinhais] necessitam atravessar a BR para pegar o ônibus e ir trabalhar. A maioria trabalha no Centro, e precisa pegar o ônibus do outro lado [da via]. O que estamos pedindo é uma lombada eletrônica, pois em todos os horários do dia têm muitas ultrapassagens e motoristas [trafegando] em alta velocidade”, relata a moradora Marcia Maria Rietz, 44 anos.
Por se tratar de uma rodovia federal, ainda que em território caxiense, a responsabilidade da estrada é do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Apenas a autarquia tem permissão para intervenções e obras na via.
A vítima do acidente
Carinhosamente chamada de Rô, Erotilde era doméstica, e morava há cerca de três décadas em Caxias. Maria Russel descreve que, no desempenho das funções, ela sempre foi valorizada pela honestidade e dedicação que colocava nas tarefas diárias.
Poucos dias antes do acidente, Erotilde havia completado 52 anos. Era mãe do jovem Lucas, 18, de quem tinha orgulho ao ver crescer.
“Uma mãe muito zelosa, estava super feliz por que o Lucas se alistou [no serviço militar] e estava na torcida para que ele fosse para o quartel”, relembrou a cunhada de Erotilde.
Maria se emociona e diz que faltam palavras para ilustrar quem era a dona de casa.
“Uma pessoa maravilhosa, uma mulher batalhadora. Sempre trabalhou muito, muito amorosa, dedicada sempre a ajudar as pessoas. Brincalhona, uma pessoa alegre, cheia de vida”, acrescentou.