Bento Gonçalves

Companhia Energética do Rio das Antas afirma que barragens não tem capacidade de armazenamento e nem de regular o fluxo da água

Prefeitura de Bento Gonçalves solicitou explicações sobre barragens do Rio das Antas

Companhia Energética do Rio das Antas afirma que barragens não tem capacidade de armazenamento e nem de regular o fluxo da água
Companhia Energética do Rio das Antas afirma que barragens não tem capacidade de armazenamento e nem de regular o fluxo da água

A Ceran – Companhia Energética do Rio das Antas – emitiu uma nota oficialnesta sexta-feira, dia 8,  sobre as enchentes, especialmente em relação às famílias atingidas na Linha Alcântara, em Bento Gonçalves, região situada as margens do Rio das Antas.

A Ceran se solidariza com toda a tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul. Desde o início do evento vem tomando as ações cabíveis junto ao poder público e cumprindo todos os protocolos para garantir a integridade das barragens e, por consequência, a segurança da população. Na última segunda-feira, 04 de setembro, o Rio das Antas atingiu a vazão mais alta desde a construção das usinas e uma das maiores vazões que se tem registro, tratando-se de um desastre natural de grandes proporções. Infelizmente, as barragens não conseguem reduzir altas afluências e mitigar os impactos no entorno do rio, pois as barragens da Ceran possuem vertedouro do tipo soleira livre e tem a característica “a fio d’água”, ou seja, não tem capacidade de armazenamento e nem de regular o fluxo do rio, pois todo o excedente de água passa por cima da barragem.

Durante as cheias monitoramos em tempo real todas as estruturas, que em nenhum momento, apresentaram anomalias que indicassem risco de rompimento, o que não levou ao acionamento das sirenes de emergência. Reforçamos que todos os protocolos de segurança de barragem foram cumpridos durante o evento, incluindo as comunicações com as Defesas Civis dos municípios, que atuaram junto à população. A Ceran segue trabalhando para fornecer todas os esclarecimentos ao poder público, de forma a dar a transparência e tranquilidade de que todas as obrigações e responsabilidades foram cumpridas. A empresa manterá a população e as autoridades informadas sempre que houver um fato relevante.

Prefeitura de Bento Gonçalves solicitou explicações sobre barragens do Rio das Antas

A enchente que atingiu a região de Bento Gonçalves e municípios do Vale do Taquari desde a última segunda-feira (4) motivaram um pedido de informações da Procuradoria-Geral do Município (PGM) à Companhia Energética Rio das Antas (Ceran) nesta quinta-feira (7).

O objetivo, conforme a prefeitura de Bento, é buscar explicações à população “tendo em vista as previsões de alerta metereológico divulgadas ainda nos dias 02 e 03 de setembro pelo site Metsul Meteorologia de que grandes ondas de chuvas fortes e temporais atingiriam a região da serra gaúcha”. Estão dispostos no ofício, ao todo, 13 questionamentos:

01) Havia monitoramento prévio do nível dos rios do Complexo Energético Rio das Antas (Usinas UHE Castro Alves, UHE Monte Claro, UHE 14 de Julho)?;

02) Qual foi o primeiro alerta emitido às populações ribeirinhas?;

03) Qual foi o horário que emitiram o alerta de evacuação destas populações?;

04) Qual era o nível do Rio das Antas nos dias 02, 03, 04 e 05 de setembro?;

05) Houve fechamento e/ou abertura de comportas?;

06) Quais medidas a CERAN adotou para evitar ou atenuar possível sobrecarga no volume de água nas bacias dos Rio das Antas e Rio Taquari?;

07) No momento em que ocorreu a abertura das comportas das barragens houve algum procedimento de evacuação das áreas sob risco?;

08) A CERAN emitiu algum comunicado aos órgãos oficiais dos municípios que integram o Complexo Energético Rio das Antas, bem como aos municípios do Vale do Taquari referente aos riscos de grave inundações?;

09) Há algum plano de contingência e de evacuação da CERAN em casos de desastres como o ocorrido e como se dá essa comunicação aos órgãos oficiais?;

10) Existe encaminhamento de planos de ação e emergência a serem enviados aos órgãos oficiais e prefeituras envolvidas, além de estratégias de comunicação e alerta às comunidades potencialmente afetadas?;

11) Quais as inspeções de segurança são realizadas nas três barragens do Complexo Energético Rio das Antas e quais as suas periodicidades?;

12) Existe algum plano de prestar assistência às vítimas do desastre ocorrido?;

13) Existem inspeções e relatórios de revisão periódica de segurança das barragens das três usinas do Complexo Energético Rio das Antas?

Confira o ofício na íntegra