Comportamento

Como outros países usam sistemas de contenção para enchentes

Governos do exterior apostam em estratégias como túneis subterrâneos, estruturas com vegetação para absorção e dunas costeiras

(Parque em Nova York tem regiões feitas para alagamento parcial | Foto: YouTube / Reprodução)
(Parque em Nova York tem regiões feitas para alagamento parcial | Foto: YouTube / Reprodução)

As enchentes no Brasil e no Rio Grande do Sul têm deixado rastros de destruição, com mortes e uma série de prédios e edifícios danificados nas cidades. O problema é ocasionado pela mudança climática, mas também há toda a questão envolvendo a infraestrutura que países utilizam para se protegerem de maiores danos causados pela força da água.

Em Porto Alegre, com o avanço significativo do nível do Guaíba, o sistema complexo envolvendo 68 quilômetros de diques, 14 comportas e 23 casas de bombas apresentou falhas. O prefeito Sebastião Melo anunciou um decreto de situação de emergência na cidade.

Outros países utilizam diferentes estruturas de contenção. É importante se atentar a fatores como investimento e demografia, que podem tornar difícil a replicação dos sistemas aqui no Brasil. Confira abaixo as iniciativas em outras nações para evitar transtornos com enchentes:

Japão

Em Tóquio, capital do Japão, há um conjunto envolvendo grandes depósitos subterrâneos de água e um sistema de túneis. Na calha dos principais rios foi instalada uma tubulação de drenagem, com 30 metros de diâmetro e 70 metros de profundidade.

Quando o nível desses rios se aproxima do limite de segurança, a água excedente passa a ser escoada por essas tubulações e encaminhada para os depósitos subterrâneos. O sistema pode drenar um volume equivalente a 200 metros cúbicos de água por segundo.

China

A China utiliza o conceito de “cidade-esponja” para proteção da população das enchentes. Na capital Pequim existem infraestruturas que absorvem, armazenam, filtram e purificam a água da chuva. Quando necessário, liberam e utilizam a água armazenada.

Países Baixos

Nos Países Baixos, a estratégia inclui paredes gigantes com braços móveis do tamanho de dois campos de futebol, dunas costeiras reforçadas com cerca de 12 milhões de metros cúbicos de areia por ano e diques. A infraestrutura é administrada por um órgão do governo dedicado exclusivamente à água, a Direção Geral de Obras Públicas e Gestão da Água, que cuida de cerca de 1,5 mil quilômetros de defesas.

Estados Unidos

Nos Estados Unidos também é verificada a aplicação do conceito de “cidade-esponja”. Há parques construídos para serem parcialmente alagados, assim concentrando os impactos das chuvas em uma área em específico.

Estas infraestruturas também contam com vegetações pensadas na absorção da água e no fomento à biodiversidade. Em tempos sem cheias, geralmente as pessoas podem frequentar locais que agora ficam secos. Um dos exemplos dessa iniciativa é o parque Hunter’s Point South Waterfront, localizado em Nova York.

Austrália

A Austrália aposta em “telhados verdes”. São prédios que têm vegetação na parte de cima. O grande objetivo é eles conseguirem reter boa parte da chuva e diminuir o fluxo de água nos bueiros.

A estratégia, no entanto, é mais eficiente se aplicada realmente em prédios de maior estrutura, pois pode ser difícil replicar a medida em uma casa, pois o jardim na parte de cima pode pesar bastante e danificar as residências.

*Com informações do Correio do Povo