Desde esta terça-feira (30), estão instalados em frente a várias casas prisionais do estado, cartazes em prol das vacinações de agentes carcerários e também pessoas privadas de liberdade.
Na Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves, situada na Rua Avelino Singor, na Linha Pedro Salgado, podem-se observar cartazes com a frase ‘Vacina já para agentes penitenciários e privados de liberdade’.
A campanha tem a iniciativa da Frente dos Coletivos Carcerários do Rio Grande do Sul, que publicou uma nota em suas redes sociais acerca do tema:
“A Frente dos Coletivos Carcerários do RS, organização da sociedade civil sem fins lucrativos, formada por representantes da sociedade, como uma ferramenta de diálogo e de ações mobilizadoras no enfrentamento das dificuldades de pessoas presas, egressos e seus familiares, apresenta o Manifesto de Apoio à VACINAÇÃO AMPLA E IRRESTRITA contra a COVID-19 e vem REPUDIAR, veementemente, os ataques proferidos pelo Chefe do Poder Executivo da cidade de Bagé, DIVALDO LARA:
No dia em que o Brasil registrou 300 MIL MORTOS PELA PANDEMIA DE COVID-19, com estrangulamento do sistema de saúde com filas e ocupação recordes, além da falta de medicamento para entubação nos hospitais brasileiros, o prefeito de Bagé, Sr. Divaldo Lara manifestou-se em rede social contrário à vacinação dos presos, exibindo ódio e incitando a população contra esses cidadãos e cidadãs. Além de desrespeitar as ações necessárias para enfrentar pandemia e o luto de familiares, propaga a desinformação e fere gravemente a democracia.
É sabido que o único caminho possível para conter a pandemia passa pela vacinação em massa, especialmente quando o Brasil não garante testagem e vacinação em massa para a população. A negação e minimização da doença, do distanciamento social e do uso de máscaras, além da não garantia de renda mínima para a sobrevivência dos trabalhadores, se tornou uma verdadeira política de morte. A maior e mais grave crise humanitária em tempos de paz, acentuou as condições de miserabilidade no país, especialmente entre aqueles mais expostos à vulnerabilidade, como comunidades periféricas e das comunidades tradicionais, pessoas em situação de rua, de pessoas presas, todos com demandas urgentes de atendimento de saúde, necessitados de atenção básica e renda para sobreviver. Milhares, centenas de milhares de pessoas estão morrendo pela COVID-19. Genocídio é crime grave!
Indagamos ao Senhor Prefeito Divaldo Lara: ‘Vossa Excelência não se importa em ter na sua região um lugar que está espalhando a doença?’ Servidores prisionais, servidores da limpeza, fornecedores de comida e insumos, visitantes, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, professores, voluntários em ações humanitárias, religiosos, servidores que realizam inspeções prisionais, muita gente entra e sai das penitenciárias, durante o dia inteiro. As prisões não são fortalezas lacradas, essas instalações costumam ter movimento considerável de pessoas. O poder público tem o dever de ampará-los, pois a decisão do estado em manter as pessoas nesses locais, demanda automaticamente vigilância e cuidados totais de saúde.
No presente MANIFESTO, defendemos a luta pela ampla vacinação, o uso de máscaras, bem como a ampliação de políticas públicas de apoio à população prisional. Defendemos as necessárias medidas de contenção da pandemia como RESPONSABILIDADE DIRETA das autoridades, no intuito de conter as infecções pela doença e evitar o colapso total do sistema de saúde.
As entidades que subscrevem este MANIFESTO entendem que é fundamental a mobilização da sociedade junto aos Poderes da República, para que a vacinação seja efetivada com urgência, sem qualquer empecilho que possa retardar o combate à doença, que se encontra em curva crescente no país.
Ainda, é inadmissível, permitir que pessoas com dinheiro pulem a fila de vacinação por meio da compra de vacinas em clínicas privadas. SUPLICAMOS para que o governo federal elabore normativa URGENTE para não permitir que vacinas sejam compradas por clínicas privadas, enquanto uma grande parte da população não tiver sido vacinada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
VACINAR NO SUS É UM DIREITO de todas e todos e um dever do Estado. REFORÇAMOS a necessidade de fortalecimento do SUS, e fortalecimento do seu potencial para vacinar a população brasileira com equidade, efetividade, eficiência e segurança, em prol da saúde de todo o cidadão. Que seja, portanto, garantida igualdade de acesso às cidadãs e cidadãos brasileiros na vacinação contra a Covid-19, a fim de evitar ainda mais o aprofundamento do abismo social brasileiro.
A ‘Vacinação Já’ significa defender a vida, defender a Justiça social, o Direito Sanitário, a Democracia e o Estado de Direito, que são os compromissos basilares dos Direitos Humanos.
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