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Combate à pirataria: apenas 2,43% dos gaúchos admitem nunca ter comprado produtos falsos

Getty Images/iStockphoto/direitos reservados
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Entre as mil pessoas que responderam à pesquisa sobre os Hábitos de Consumo, elaborada pela Comissão de Combate à Informalidade da Fecomércio-RS, no mês de fevereiro deste ano, 35,18% afirmaram que compram produtos piratas e o motivo é o preço mais em conta (78,2%), apesar das experiências negativas como a baixa qualidade dos produtos (50,67%), a falta de garantia (8,36%) e a impossibilidade de troca do produto (3,23%). Em contrapartida, 41,51% disse que não consome mercadorias do mercado informal; 20,89% não tem certeza e apenas 2,43% afirmou nunca ter comprado produtos piratas na vida.

Dos piratas mais comprados, 32,2% é TV por assinatura seguido por 31% de eletrônicos e roupas em terceiro lugar (28,7%). O ticket médio gasto pelos consumidores de pirataria é de R$ 175,00 e os entrevistados afirmaram que acreditam que o motivo dos originais serem mais caros são os impostos elevados (60,65%).

“Com esses e mais dados apontados pela pesquisa temos as informações necessárias para planejar e executar ações contra a pirataria que tanto prejuízo traz para a economia, especialmente para nosso setor. As pessoas que responderam à pesquisa sinalizaram alguns pontos importantes, como a alta carga tributária sobre os produtos legais (80,59%), as campanhas educativas (36,25%), conscientização da população sobre os prejuízos causados pela pirataria (29,65%), entre outras”, afirmou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.

E-commerce e pirataria
O questionário de oito perguntas também contemplou a relação entre e-commerce e pirataria. Perguntados se acreditam que o comércio eletrônico aumenta a venda de produtos piratas, 70,8% responderam que sim e 90,84% afirmaram que verificam se o site é seguro para comprar, mesmo sabendo que pirataria é crime do Brasil (94,61%), que impacta negativamente na economia (66,4%) e contribui para o aumento da criminalidade (40,7%). Dos que consomem pirataria, 56,33% dizem que pretendem continuar comprando produtos no mercado informal.

Não compre produtos falsos!

1) São ilegais e podem até te levar à prisão
Os produtos piratas são ilegais e, ainda que muitos não saibam, comprar mercadoria falsificada também pode ser considerado como crime de receptação.

2) Tem qualidade inferior
Comercializados sem qualquer tipo de teste ou certificação mínima de qualidade, os piratas são produzidos com materiais de procedência duvidosa, acabamentos mal executados e oferecem riscos aos consumidores.

3) Oferecem riscos para a saúde
Além de deixar a desejar no quesito qualidade (e justamente pela falta dela), os produtos piratas muitas vezes chegam a oferecer riscos à saúde dos consumidores, especialmente os destinados ao público infantil. É o caso de itens desenvolvidos com materiais como tintas que contém metais pesados e cancerígenos (cádmio, chumbo e mercúrio), componentes sem encaixe e problemas de funcionamento, entre diversos outros agravantes.

4) Fortalecem o crime organizado
O consumidor precisa ser advertido que, por trás desses produtos, estão organizações criminosas que também atuam com drogas, armas e munições. Há conexões já conhecidas entre o mercado da pirataria e facções que atuam em diversas frentes ilegais de negócios altamente lucrativos.

5) Prejudicam a economia do país
O Brasil perdeu, em 2020, cerca de R$ 287 bilhões para o mercado ilegal, segundo um levantamento do Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP). O valor é a soma das perdas registradas por 15 setores industriais e a estimativa dos impostos que deixaram de ser arrecadados. Entre esses produtos, estão roupas, perfumes, remédios, plataformas de streaming, TV a cabo, e até carros de luxo falsificados. Quando o assunto é pirataria, não há limite para os criminosos.