Após a apresentação do relatório da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil na última semana, no qual consta que o segmento no país cresceu 4,1% no ano, o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Caxias do Sul (Sinduscon) segue a perspectiva de ascensão prevista para o ano de 2025 no Brasil. Conforme o levantamento, além da alta registrada no ano atual, a estimativa para 2025 é de uma nova elevação do mercado, com um índice positivo de 2,3%.
Porém, segundo a presidente da entidade, Maria Menegotto, Caxias do Sul apresenta um resultado um pouco diferente do país, em função de uma série de fatores locais que não acompanham o volume de crescimento registrado no território nacional. O número de aprovações de novos imóveis, por exemplo, é considerado bastante inferior ao registrado nos últimos anos.
Nesse contexto, um dos segmentos que não segue as estimativas positivas a nível nacional é o programa Minha Casa, Minha Vida. Enquanto no restante do país existe perspectiva de aquecimento do mercado em função da retomada de obras do programa, em Caxias do Sul esse índice é mais tímido. Hoje, são oito empreendimentos que oferecem moradias vinculadas ao programa, número reduzido em relação à média nacional, conforme a presidente do Sinduscon.
“Em Caxias temos uma resposta diferente no mercado imobiliário. A desconfiança em Caxias ficou muito grande porque muitas empresas pararam, muitas saíram e nós tivemos um decréscimo no número de aprovações muito grande desde 2019 e ainda não conseguimos recuperar”, explica a dirigente.
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Dados do SMUWeb mostram ampliação do mercado para os próximos anos
Maria Menegotto explica que o SMUWeb – sistema que faz o controle das obras em andamento em Caxias do Sul – foi doado pelo sindicato à prefeitura há cerca de dez anos e auxilia a prever os movimentos do mercado. Esse sistema indica que nos últimos dois anos foram aprovados 139 mil metros quadrados de construção em Caxias do Sul. Porém, desse volume foram aprovados e licenciados 109 mil metros quadrados. Maria comenta que, na prática, isso significa que esses imóveis vão estar no mercado ao longo dos próximos dois anos, em média.
“Isso é muito pouco para a população caxiense, chegamos a ter níveis de até 900 mil metros quadrados aprovados no auge da construção civil aqui na cidade, entre 2009 e 2010. As pessoas sabem que o mercado vai continuar difícil, mas também não vai ser alterado. É possível dizer que o mercado segue estável, mas com várias aprovações previstas. São poucas entregas ainda, mas vai subir e não vai ficar como está hoje”, pontua a presidente.
Especificamente para o ano que vem, a estimativa é de 173 mil metros quadrados de prédios residenciais a finalizar, além de 85 mil metros quadrados de área industrial e 80 mil metros quadrados de área comercial.
