Foi uma ex funcionária quem denunciou à polícia uma clínica que aplicava falsas doses de vacinas em Novo Hamburgo. A ex funcionária, que não quer se identificar, afirma que o faturamento da clínica aumento 5 vezes entre agosto do ano passado até janeiro deste ano.
A dona da clínica era Luciana Sandrini Rihl, uma farmacêutica de 37 anos. Ela oferecia doses de vacina meningocócica conjugada ACWY e a vacina meningocócica B, que protegem contra meningites e infecções. Essas vacinas não são encontradas na rede de saúde pública, e o valor variava entre R$ 300 à R$ 600 em clínicas particulares.
A investigação também apurou que a clínica oferecia vacinas contra a febre amarela, que segunda a Secretaria Estadual da Saúde não existem na rede privada do Rio Grande do Sul, para estas vacinas ela cobrava o valor de R$ 130,00.
No local, a polícia encontrou vacinas vencidas e frascos vazios. Após ser presa, Luciana negou as acusações. “Nunca apliquei vacina vazia. É mentira”. A defesa diz que a denúncia é falsa, o advogado Luiz Gustavo Puperi afirma ter apenas a denúncia de uma ex-funcionária demitida.
A ex funcionaria também denuncia o uso da mesma seringa, o delegado Rafael Liedtke, da Delegacia Especializada de Proteção ao Consumidor e Crimes Contra a Saúde Pública diz que: “Além desse crime grave contra a saúde pública, que a legislação brasileira considera crime hediondo, ela também ela praticou crimes de estelionato e contra as relações de consumo, que é o fato de expor à venda produto totalmente impróprio para a saúde e o consumo humano”.
Este fato também será investigado, se comprovado a reutilização do material, a orientação é que todos os pacientes que foram expostos façam os testes de hepatites B e C, HIV e sífilis.
De acordo com a decisão da juíza Angela Roberta Paps Dumerque, substituta na 2ª Vara Criminal do Fórum da cidade, Luciana teve a prisão preventiva transformada em domiciliar, já que ela possui dois filhos na faixa dos 10 anos de idade, ela teve seu passaporte apreendido, está proibida de se comunicar com a empresa, funcionários ou clientes da clínica e só pode sair de casa com autorização judicial.
Por solicitação da polícia, foi quebrado o sigilo do conteúdo armazenado nos aparelhos telefônicos apreendidos com Luciana e ela está vedada de utilizar meios de comunicação.
O Conselho Regional de Farmácia (CRF-RS) informou que vai avaliar a conduta de Luciana, por meio da abertura de um processo ético disciplinar, que poderá gerar aplicação das penalidades, variando de uma advertência até a eliminação da profissão. Após a abertura de processo ético, o prazo de conclusão é de 180 dias.