Caxias do Sul

Cinco perguntas para Rose Frigeri, parlamentar que assumirá vaga na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul

Ele ocupará vaga deixada por Denise Pessôa, eleita para a Câmara Federal

Rose Frigeri
Rose Frigeri ocupará vaga deixada por Denise Pessôa, eleita para a Câmara Federal (Foto: Divulgação)

Aos 59 anos e já tendo assumido em cinco oportunidades como suplente na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, em 2023 Rose Frigeri (PT) ocupará uma vaga de forma definitiva no Legislativo Caxiense. Ela assumirá o espaço deixado por Denise Pessôa (PT), eleita no último dia 2 de outubro à Câmara Federal.

Natural de Caxias do Sul, ela possui licenciatura plena em História e bacharel em Direito, pós-graduação em Sociologia, além de mestrado em História do Brasil. “A minha primeira opção, aos 13 anos quando eu li a Constituição, foi fazer Direito. E a História veio para ajudar no Direito, mas na verdade hoje eu exerço as duas profissões e até hoje eu não consegui escolher por uma ou outra, eu sou apaixonada por ambas”. Atualmente, ela dá aula na escola municipal Leonor Rosa, no bairro Desvio Rizzo, para os sétimos, oitavos e nonos anos.

No pleito municipal de 2020 Rose fez 1.554 votos, o que lhe colocou como primeira suplente do Partido dos Trabalhadores. O seu mandato seguirá até o final de 2024. O Grupo RSCOM fez cinco perguntas à Rose Frigeri.

Cinco perguntas para Rose Frigeri

Pergunta: Quem é a Rose Frigeri?

Rose: “Eu sou uma pessoa que na vida inteira lutou pela justiça. Eu não tolero nada que não seja justo e isso é uma marca da minha infância. A minha vida na política, participação nos diversos espaços, no exercício da cidadania ela se confunde com a minha história de vida. Desde criança então eu tenho participado desses espaços. Seja no grupo escolar Clemente Pinto nos anos iniciais até hoje. Então, sou uma pessoa que não desiste. Eu luto pela justiça, mas a minha coragem vem de saber que eu não estou sozinha. A minha coragem vem de saber que assim como eu têm muitas pessoas que sonham, que lutam, que pensam e que acreditam em uma nova sociedade”.

P: Quais as suas principais pautas no Legislativo Caxiense?

R: “Eu já assumi algumas vezes nesse período, cinco vezes como suplente e, claro, era uma situação diferente porque eu assumia sabendo que tinha um tempo, agora tem um tempo determinado também mas é um tempo bem maior, bem mais possível para fazer um planejamento com as pessoas que estavam me apoiando na campanha, e mesmo outras pessoas que a gente tem alguns contatos para fazer o planejamento do mandato. Mas, as minhas prioridades sempre serão educação por ser professora, por ser um tema importante e fundamental para a sociedade. A questão das mulheres é uma das prioridades na minha história de vida e de militância também sempre foi a luta pela igualdade, não só das mulheres, mas de todos os setores que sofrem descriminação hoje. Então, eu diria que além da luta pelas mulheres entraria a questão dos direitos humanos de um modo geral, a luta contra qualquer descriminação, preconceito. A questão da cultura é importante para mim também. Mas, eu quero dizer que eu acredito que o Legislativo, mesmo que tenha algumas pautas específicas, o vereador ou a vereadora no Legislativo municipal tem que ter uma visão global de todos os assuntos das cidades. Nesse sentido, no próprio ano de 2020 que foi o período eleitoral, aquela eleição bastante atípica por causa da pandemia, eu tive a oportunidade de fazer 60 lives e vários, quase todos, os assuntos da cidade foram discutidos nessas lives de forma quase como um seminário, temas ambientais, transporte, mobilidade urbana, esporte, lazer, todos os temas que envolvem uma cidade eu discuti no período de campanha. E, eu acho que é esse um pouco o nosso objetivo, nós devemos ter algumas prioridades, mas nós precisamos ter conhecimento, procurar estudar, conhecer as diversas áreas da cidade, os diversos movimentos sociais. Os idosos também é uma pauta que me procuraram no período da campanha, e mesmo nesses períodos que eu assumi, para fazer essa discussão. A questão da agricultura, principalmente da agricultura familiar, da economia solidária. Então, são vários pontos que eu tenho discutido, e eu acredito que serão prioridades no meu mandato também”.

P: De que forma atuará com a comunidade de Caxias do Sul?

“Isso também é uma coisa que eu digo a vida inteira, a primeira vez que eu concorri, mas eu já participei de vários espaços, sendo que no último inclusive eu fiquei quatro anos na direção do Sindserv. Mas, eu digo que tu sempre aprende mais ouvindo as pessoas, e que legislar ou governar muito mais do que ser para as pessoas, é com as pessoas, essa é uma marca da minha visão de política. Talvez seja mais fácil, o produto seja mais bonito se fechar em uma sala, com técnicos, com livros e elaborar uma proposta. Mas, com certeza não vai ser o mais eficaz. Porque o mais eficaz é ouvindo as pessoas interessadas, as pessoas envolvidas, seja em bairros, seja em movimentos, seja no assunto que for. Então, eu acredito que um bom governante, um bom legislador, ele só vai conseguir atingir os objetivos da comunidade se ouvir essa comunidade. Com certeza as pessoas sabem muito mais e conhecem muito mais a realidade do que quem está só no Executivo ou só no Legislativo, porque é o seu dia a dia, é o que as pessoas sentem. Então, é isso que vamos procurar fazer: um mandato voltado para ouvir as pessoas. E, uma coisa importante também que eu acho que as pessoas estão um pouco cansadas, não é apenas buscar as demandas da comunidade, é buscar as demandas, mas também buscar concretamente algumas soluções, porque de dizer sob seus problemas as pessoas também já estão um pouco cansadas, elas querem seus problemas de alguma maneira sejam resolvidos ou pelo menos encaminhados, que tenha algum retorno. Pode ser que o retorno seja ‘não é possível fazer’, mas é necessário que as comunidades, os movimentos tenham esse retorno de quem está no Executivo ou no meu caso que estarei no poder Legislativo”.

P: Como pretende, de certa forma, dar seguimento ao trabalho de sua antecessora (Denise Pessôa)?

R: “É uma grande responsabilidade. A Denise estava no quarto mandato, sempre uma pessoa ética, justa, uma pessoa sempre pautada pelos mesmos problemas, os mesmos compromissos que eu me pauto também. O nosso partido tem uma visão de discutir conjuntamente as propostas, mas é uma responsabilidade muito grande porque a Denise é consolidada, um dos quadros políticos partidários. E, agora nós vamos conversar, já estamos conversando, com certeza tem muitas pautas que ela encaminha que eu vou pegar, vou tentar procurar, para não deixar essas pautas também as vezes sem nenhum atendimento na Câmara de Vereadores. Então, assim que terminar o segundo turno, porque agora nós estamos empenhadas na campanha do segundo turno, nós já conversamos sobre isso de pensar juntas como nós podemos nos ajudar nessa continuidade de certa forma do mandato dela na Câmara, e o início de um mandato mais consistente meu”.

P: Tu já pensas em uma possível candidatura para reeleição à Câmara de Vereadores?

“Tudo isso vai depender, são mais dois anos, mas sabes que eu muito tempo tive oportunidade há muitos anos de ser presidente do DCE, de participar de vários movimentos e, em muitas vezes, tinha sido colocado meu nome no partido para concorrer. E, enfim, o meu tempo foi esse, foi a primeira vez, eu fiz mais de 1.550 votos, então foi uma votação considerável para aquele ano atípico. Eu como professora quase não fiz campanha de rua, nós tínhamos toda uma discussão de que sem vacina era complicado voltar para a sala de aula e, por coerência eu também não fiz campanhas de rua massificadas. Mesmo assim, eu fiz uma boa votação, e tem muita gente me cobrando isso: que eu dê sequência a esse processo. Podemos pensar nisso sim. Isso vai depender de toda uma discussão com o partido, não somente o partido agora da federação com PCdoB e com o PV aqui em Caxias. Então, vai depender de uma posição futura”.