Ciclone extratropical castiga parte do Sul do Brasil nesta segunda-feira (28) com rajadas de vento muito fortes e em alguns ponto até violentas que passam de 100 km/h e chegaram a mais de 130 km/h no Planalto Sul Catarinense, confirmando o alerta da MetSul.
O ciclone começou a se formar ainda na noite do domingo sobre o Rio Grande do Sul com ventos de até 80 km/h no Sul gaúcho e estava maduro sobre o Oceano Atlântico na costa gaúcha na manhã desta segunda.
O centro do ciclone estava sobre o mar a Leste do Rio Grande do Sul com pressão ao redor de 995 hPa, de acordo com as análises dos modelos, e apresentava intensificação com aumento do vento, acima de 150 km/h em alto mar.
O vórtice do ciclone estava na manhã desta segunda sobre o Sul e o Leste do Rio Grande do Sul, trazendo vento de 70 km/h a 100 km/h em muitas cidades e acima de 100 km/h em alguns pontos.
Em Porto Alegre e cidades vizinhas ao Norte da Lagoa dos Patos, a ventania durante esta manhã de segunda foi intensa com rajadas por vezes fortíssimas e que chegaram a 106 km/h no Sul da capital. O Sul gaúcho anotou 102 km/h no começo da manhã na Serra do Sudeste e o Litoral Norte apresentava rajadas perto e ao redor de 100 km/h.
Em Santa Catarina, no Planalto Sul, o vento também era muito intenso por efeito do ciclone. Na Serra do Rio do Rastro, estação registrou rajada de 132 km/h. A área, por estar entre a Serra e o Litoral, costuma ter vento extremo em ciclones que trazem muito vento.
No Rio Grande do Sul, a ventania provocava transtornos como quedas de árvores e postes. Na área de concessão da CEEE Equatorial, que cobre o Sul e o Leste gaúcho, cerca de 200 mil clientes (equivalente a mais de meio milhão de pessoas) estavam sem luz no final da manhã de hoje.
Velocidades dos ventos que o ciclone gerou até agora
Veja a seguir as velocidades do vento nas rajadas mais intensas registradas até o final da manhã desta segunda-feira por estações meteorológicas no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Rio Grande do Sul
Porto Alegre (Zona Sul): 106 km/h
Canguçu: 102 km/h
Rio Grande (Porto): 93 km/h
Osório: 86 km/h
São José dos Ausentes: 84 km/h
Encruzilhada do Sul: 78 km/h
Vacaria: 76 km/h
Capão do Leão: 76 km/h
Cambará do Sul: 74 km/h
Mostardas: 74,0 km/h
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Camaquã: 71 km/h
São Francisco de Paula: 66 km/h
Quaraí: 64 km/h
Sentinela do Sul: 61 km/h
Santa Catarina
Serra do Rio do Rastro: 132 km/h
Urupema: 98 km/h
Siderópolis: 88 km/h
Rancho Queimado: 81 km/h
Jaraguá do Sul: 74 km/h
Campo Belo do Sul: 67 km/h
Tangará: 67 km/h
São Bonifácio: 65 km/h
São Joaquim: 64 km/h
Lages: 62 km/h
O levantamento de vento é prejudicado porque das cinco estações no litoral gaúcho do Instituto Nacional de Meteorologia, órgão federal ligado ao Ministério da Agricultura, quatro estão hoje ou fora do ar ou sem registrar vento: Barra do Chuí, Mostardas, Tramandaí e Torres. Apenas a de Rio Grande está com dados.
Até quando vai o vento?
O pior do vento já passou no Sul gaúcho, mas rajadas de 60 km/h a 90 km/h ainda vão ser registradas nesta tarde com diminuição à noite. Em Porto Alegre e região, o vento vai seguir soprando muito forte nesta tarde com rajadas de 60 km/h a 80 km/h, mas em alguns momentos maiores. O vento cede na capital à noite.
No Litoral Norte gaúcho e no Leste da Serra, a tendência é de o pior do vento ocorrer nesta tarde de segunda-feira, embora as rajadas prossigam durante a noite. A mesma tendência é válida para o Sul e o Leste de Santa Catarina, o Leste do Paraná e o Leste de São Paulo, onde a ventania maior ocorre na segunda metade deste segunda.
Nas primeiras horas da terça, rajadas mais esporádicas de vento forte ainda devem se dar no Leste do Sul do Brasil, especialmente perto da costa, mas no decorrer do dia o vento vai ceder bastante à medida que o ciclone extratropical se afasta rapidamente do continente.
