Ainda seguem as terminologias trocadas… e continuamos a escutar “vamos abrir um champagne para comemorar”. Pois bem, se é espumante ou Champagne tanto faz, pois ambos são maravilhosamente apetitosos e caem bem a qualquer momento do dia. Mas…
É bacana entender melhor como funciona o uso dos termos Champagne e espumante.
Pois bem, ambos são exatamente a mesma bebida, no sentido de elaboração. Espumante é o nome da categoria, alias espumante é vinho, então “este é um vinho espumante incrível”. Primeiro entendemos as categorias de vinhos: o vinho tranquilo que é aquele que não tem gás carbônico natural, o vinho espumante é o que tem gás carbônico natural e o vinho fortificado que tem adição de aguardente vínica. Assim compreendemos que todos são vinhos, porém em diferentes estilos.
E seguimos falando do vinho espumante, que por sinal tem métodos diferentes para sua elaboração. Um deles é o método Charmat que possui a primeira fermentação dentro do tanque de aço inoxidável, e a segunda fermentação também no tanque, sendo este um método que mantem as características da uva e produz um espumante mais refrescante e “menos sério ou estruturado”. Já o método Champenoise ou Tradicional, é elaborado com a primeira fermentação dentro do tanque de aço inoxidável, e a segunda fermentação dentro da própria garrafa, ou seja, em contato com as borras (leveduras) por um longo tempo, o vinho adquire mais cremosidade e consequentemente uma estrutura mais “encorpada” sendo um espumante mais complexo nos aromas e sabores, do que o método Charmat.
Até aqui tudo fácil, mas e a relação de Champagne e espumante, qual termo é o correto?
O mundo todo produz espumantes. Porém Champagne é um vinho espumante da famosa região de Champagne na França, e por isso basicamente se criou quase uma nova categoria, o Champagne. Essa famosa região produz seus belos exemplares com as uvas Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Meunier (essas são as principais), o cuidado, o solo e clima específicos da região, a cultura que já é antiga, o método de elaboração que deve ser o Champenoise, as regras e a velha tradição, fazem com que os Champagnes sejam únicos em sua plenitude. E geralmente são reconhecidos em uma degustação às cegas, pois se destacam através de tipicidade. Outra informação super importante é que mesmo na França, se o espumante for elaborado em qualquer outra região que não seja em Champagne, eles não chamam de champagne, chamam de espumante (um exemplo, os Cremant).
Já o espumante pode ser elaborado com as mesmas uvas dos Champagnes, ou diversas outras uvas, o mesmo método, porem com uma liberdade de expressão maior, pois os espumantes podem vir de todas regiões do mundo. Qualquer país que produz este estilo de vinho, prefere colocar no rotulo – espumante – ao invés de Champagne pois como já sabemos, este vem de uma região muito especifica da França, portanto os produtores já sabem, o segredo é elaborar um belo exemplar de espumante e rotular como – espumante- assumindo que a produção não foi na ‘’famosa Champagne’’ e sim no seu próprio terroir, seja ele onde for ou qualquer país do globo.
Usar o termo Champagne, remete muito a França. E não tem o porquê elaborar um grande vinho espumante, como por exemplo aqui na Serra Gaúcha e colocar Champagne, para que? Vamos assumir o nosso solo e clima. Portanto, dê mais atenção quando ler no rotulo Espumante – Brasileiro, é um excelente motivo para brindar e provar.
Assim concluímos, Champagne é uma região da França. E espumante é o termo para todo aquele liquido delicioso que contem gás carbônico natural e que vem de todas as regiões do mundo.
Tim tim!!!