O governo do Estado inaugurou, nesta quinta-feira (4), às 9h, o primeiro Centro Humanitário de Acolhimento (CHA), em Canoas, na Região Metropolitana. Denominado Recomeço, o espaço foi planejado para garantir atendimento humanizado a famílias que perderam suas casas nas enchentes de abril e maio no Rio Grande do Sul. O local, que possui 30 mil metros quadrados, receberá cerca de 630 pessoas.
Localizado na avenida Guilherme Schell, nº 10.470, próximo à passarela da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), o Centro conta com 126 casas modulares, banheiros, refeitório, lavanderia coletiva, berçário, fraldário, posto médico, policiamento 24h, ambientes multiuso e espaços para crianças e para animais de estimação.
Tem, ainda, serviços de água, saneamento, energia elétrica e wi-fi gratuita. Também haverá assistência médica e social e atividades de integração. Além disso, as crianças receberão apoio psicológico e acompanhamento por psicopedagogos e pediatras especializados em desenvolvimento infantil.
Cada unidade habitacional pode receber até cinco pessoas. Elas estão equipadas com beliches, cama de casal e berços, conforme a necessidade de cada família.
O governo do Estado é o responsável pelo planejamento, com o Gabinete do Vice-Governador (GVG) à frente da coordenação do projeto, cujo período entre o início das obras e a entrega do espaço durou um mês. A iniciativa faz parte do Plano Rio Grande, que atua em três eixos de enfrentamento aos efeitos das enchentes: ações emergenciais, ações de reconstrução e Rio Grande do Sul do futuro.
Diversos atores contribuíram na realização do espaço. O Sistema Fecomércio/Sesc/Senac financiou a instalação de estruturas provisórias e a gestão do Centro, que será realizada pela Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para as Migrações (OIM). A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) doou as casas modulares, e o Exército Brasileiro auxiliou na montagem dessas unidades.
A Prefeitura de Canoas auxiliará na prestação de diversos serviços, além de ter providenciado as instalações hidrossanitárias e a distribuição de pontos de luz para os ambientes externos. O Centro recebeu também doações de empresas privadas e organizações, como a Oi S.A., Whirlpool Corporation, Cordeiro Kids e Movimento União BR.
Triagem e entrada das famílias
No Centro Recomeço, as famílias entrarão de maneira gradativa, já a partir do primeiro dia. Os primeiros 500 acolhidos, que também incluirão mães solo e homens solteiros, chegarão até 10 de julho. As famílias desta etapa estavam abrigadas nas dependências da Universidade Ulbra, Clube Fênix e Sesi Cachoeirinha. Sua lotação total, com 630 pessoas, deve estar completa até 15 de julho.
Critérios adotados para adesão das primeiras famílias
- Se a família é monoparental (se possui filhos e apenas um dos pais);
- Se há idosos na família;
- Se há pessoas com deficiência (PcD);
- Se há gestantes na família;
- Se há pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) na família;
- Número de membros da família;
- Especificidades de cada família, a fim de assegurar o acolhimento adequado às mais vulneráveis.