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Centro-direita vence eleição em Portugal

Aliança de partidos poderá compro governo em coalização com a extrema-direita, que teve aumento expressivo de deputados na Assembleia da República

Centro-direita vence eleição em Portugal
(Foto: Reprodução)

Após oito anos de governo socialista, Portugal caminha para a direita. Os eleitores portugueses votaram nesse domingo (10) para eleger 230 deputados da Assembleia da República. A Aliança Democrática, uma coligação do Partido Social Democrata, de centro-direita, com outros partidos menores foi a mais bem votada. A abstenção foi de cerca de 33%, que é uma porcentagem significativamente abaixo média das últimas votações.

Luis Montenegro, o líder da Aliança Democrática, disse que o partido vair agir de forma responsável. Ainda não está claro que a coligação vai fazer uma coalizão com a extrema-direita, que aumentou muito a representação no Parlamento.

O Partido Socialista, de esquerda, ficou em segundo — o líder do partido reconheceu a vitória da Aliança Democrática.

O Chega, de extrema direita, aparece em terceiro, devendo ser o grupo que mais irá ganhar deputados na nova legislação; eles tinham 12, e já têm 46.

“Os portugueses nos querem no governo, querem um Executivo formado por nós e pela Aliança Democrática. Acabou em nosso país a temporada do bipartidarismo”, disse André Ventura, líder da legenda de extrema direita, que dobrou seus votos em relação às eleições passadas.

Na Itália, o líder populista português recebeu os parabéns do vice-premiê e ministro da Infraestrutura e dos Transportes, Matteo Salvini, que sonha com um avanço da direita nas eleições europeias de junho. “Resultado extraordinário, sozinhos contra todos”, disse um dos fiadores do governo de Giorgia Meloni.

O número de deputados de cada partido no Parlamento ainda não foi revelado, mas nenhum deles terá a maioria. Mesmo a Aliança Democrática, que é o grupo mais bem colocado, só consegue maioria com os deputados do Chega, de acordo com o jornal português “Público”.

O Partido Socialista não consegue formar nem mesmo um governo de coalizão só com os outros partidos de esquerda, de acordo com o “Público”.

Ascensão do Chega

Os legisladores eleitos neste domingo vão escolher um novo governo. O país foi liderado durante décadas pelo Partido Socialista (de centro esquerda) e pelo Partido Social Democrata (de centro-direita).

Nos últimos meses, políticos dos dois partidos foram denunciados por esquemas de corrupção, e por isso, o Chega, de extrema direita, teve uma votação significativa. Nas eleições passadas, o partido teve 7,2% e eles elegeram 12 deputados. Como a votação deles mais do que dobrou, o número de parlamentares deve passar de 24.

As negociações para formar uma maioria no Parlamento devem começar logo depois da definição da distribuição de cadeiras.

Os votos, diferentemente do que ocorre no Brasil, são para um partido, não em um candidato. Aquele que obtiver mais votos pode ganhar o controle do Legislativo, mas só se conquistar um número mínimo de assentos no Parlamento.