Comportamento

Centro de Informação Toxicológica atende em plantão 24h

CIT-RS informa por telefone a melhor conduta a ser tomada diante da ingestão errada de medicamento ou outro produto tóxico e de picada de animais peçonhentos

(Foto: Reprodução/ Rogério Machado)
(Foto: Reprodução/ Rogério Machado)

Salvar vidas transmitindo informações essenciais e de forma rápida é a principal missão do Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul. Chamado de CIT-RS, o canal é uma divisão do Centro Estadual de Vigilância em Saúde vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, que atende a população em geral e os profissionais de saúde, 24 horas por dia, pelo telefone 0800 721 3000.

Por meio desse número, uma equipe multidisciplinar de profissionais que conta com médicos, veterinários, farmacêuticos, biólogos e administradores, além de estudantes das diversas áreas biomédicas, explicam qual a melhor conduta a ser tomada diante da ingestão errada de medicamento ou qualquer outro produto tóxico, de picada de cobra, aranha, escorpião e outros animais peçonhentos.

Conforme a médica Dra. Lívia Aurélio Andreoni, que integra o grupo na área da toxicologia, o canal iniciou suas atividades no território gaúcho em agosto de 1976, com uma proposta de prestar assessoria e orientação frente a ocorrência de acidentes tóxicos no Estado.

“É um serviço que neste ano completa 46 anos, prestando atendimento 24 horas por dia, sete dias por semana, tanto para a população leiga quanto para profissionais da saúde. Nós temos um grupo de aproximadamente 17 estagiários, estudantes medicina e medicina veterinária, mais uma equipe de apoio, composta por médicos, veterinários e biólogos, que atuam como supervisores. Recebemos diversas ligações, mas o maior percentual são de chamadas provenientes de unidades de saúde, por conta de intoxicação medicamentosa e acidentes com animais peçonhentos. Muitas vezes o profissional que está no primeiro atendimento não consegue fazer a identificação do animal, se é necessário soro e a qualidade. E, toda essa informação podemos prestar no CIT”, explica.

Na temporada que abrange os meses mais quentes do ano, entre outubro e abril, a busca por atendimentos relacionados por acidentes causados por insetos e animais peçonhentos têm um aumento considerável. Conforme balanço apresentado pelo CIT-RS, no ano de 2021 foram realizados 30.800 atendimentos. Destes, 8.900 foram por animais, sendo 70% peçonhentos. No entanto, o maior número de ligações é referente ao erro ou abuso na administração de medicamentos, além de intoxicação por drogas lícitas e ilícitas.

“Muitas vezes a pessoa liga de casa e não podemos resolver a situação a nível domiciliar então orientamos a busca por auxílio hospitalar. São inúmeras situações, desde crianças em idade pré-escolar que ingerem um produto de limpeza, pais que administram a medicação trocada, animalzinho de estimação que ingere uma planta venenosa, entre outras questões”, conta a médica.

Aranha-marrom

Na Serra Gaúcha, especificamente, Lívia conta que a maioria das ligações ao Centro estão relacionadas a acidentes por picadas de aranha-marrom, comum de serem encontradas na região. Apesar de pequena, medindo aproximadamente um centímetro, com envergadura de três centímetros, sua picada pode trazer problemas.

Apesar de não ser uma aranha agressiva,  ela pica geralmente quando comprimida contra o corpo. Este tipo de aranha pode ser encontrada dentro das casas, se camuflando entre as roupas de vestuário e de cama, atrás de móveis, em garagens e porões. Com a incidência do calor, ela sai de seu habitat escuro com mais frequência, mas contatos acontecem tanto no verão quanto em períodos menos quentes.

“É importante que o paciente tenha uma foto da aranha, do local da picada e que busque ajuda imediatamente, seja com informações junto ao CIT ou atendimento médico. Como a picada não dói na hora, se a pessoa não percebe imediatamente, só vai sentir algum sintoma mais tarde. Os sintomas da picada são variados. É comum haver febre, dor intensa no local, inchaço, bolhas e necroses na região afetada. Nem sempre o soro será necessário, mas para termos sua eficácia máxima a indicação é que seja feito em até 48h”, destaca.

Informações também podem ser obtidas através do site http://www.cit.rs.gov.br.