As centrais sindicais vão se reunir na próxima segunda-feira (30) com os ministros do Trabalho, Luiz Marinho (PT), e da Previdência, Carlos Lupi (PDT), para discutir, respectivamente, a participação do governo federal no caso da Americanas e a política de reajuste do salário mínimo e os impactos nas aposentadorias e pensões.
O encontro com Marinho é o primeiro da agenda, às 8h, na sede da Força Sindical, em São Paulo. O representante dos comerciários Nilton Souza da Silva, conhecido como Nilton Neco, afirmou que as centrais convocaram o ministro para garantir participação mais ativa do governo federal no caso das Americanas. De acordo com ele, o Executivo ainda não se manifestou sobre garantir assistência aos mais de 40 mil funcionários da varejista.
“A ideia de conversar com o ministro é chamar atenção do governo federal para que ele entre no jogo no sentido de ver qual a solução não depois das demissões, mas qual solução vamos encontrar para manter hoje os 44 mil empregos. É difícil, mas que pelo menos mantenha a empresa funcionando”, disse Neco, ao reforçar que há receio de que a Americanas não tenha força para se recuperar diante das inúmeras revelações negativas sobre o grupo.
Segundo Neco, os sindicatos também vêm organizando diversos atos com dirigentes e representantes dos trabalhadores para chamar atenção das autoridades sobre a situação da varejista. “Como a Americanas não sai do noticiário negativo, termina gerando desconfiança”, afirmou. O próximo ato ocorre na sexta-feira, no Rio de Janeiro, cidade onde está situada a sede da matriz.
As Centrais sindicais também entraram com um processo na Justiça solicitando o bloqueio do patrimônio dos três sócios da varejista, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, para eventual indenização aos trabalhadores.
Previdência
Além do encontro com Marinho, as centrais vão se reunir com Lupi às 11h, no mesmo local. De acordo com o Secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, o objetivo é discutir a realidade previdenciária atual e as mudanças defendidas pelo dirigente da pasta.
Logo no início do governo, Lupi se envolveu em polêmica ao criticar a Reforma da Previdência aprovada em 2019, classificada por ele como “antirreforma”, e ao negar o déficit previdenciário. Na sequência, acabou sendo desautorizado pelo ministro da Casa Civil. Rui Costa declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deu aval a nenhum estudo de revisão de reformas aprovadas antes do mandato dele, sobretudo a da Previdência.
A pauta sobre valorização do salário mínimo também deve estar no centro do debate entre as centrais sindicais e Lupi. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já declarou que o governo ainda avalia se o salário mínimo vai ou não ser reajustado dos atuais R$ 1.302 para R$ 1.320 neste ano. O valor permanece o mesmo, pelo menos até maio, quando um grupo de trabalho criado pelo governo deve apresentar uma proposta sobre o tema.
De acordo com a equipe econômica, no Orçamento de 2023 foram reservados R$ 6,8 bilhões para o reajuste do salário mínimo para R$ 1.320, mas o montante se tornou insuficiente devido ao aumento nas concessões de benefícios previdenciários em um ano eleitoral.
Fonte: Guaíba