Caxias do Sul apresentou uma queda de -28,90% no saldo de empregos formais no primeiro trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período em 2022. Esse número é puxado, principalmente, pelo mês de março, em que anualmente é registrado o desligamento dos trabalhadores temporários vinculados a safra de verão. Os dados são do Observatório do Trabalho (OBSTRAB) da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
O primeiro trimestre de 2022 teve maior saldo negativo no setor comercial, com de 225 empregos. Já em 2023 foi a construção civil que apresentou maior retração, com 36. Ainda assim, com base nos dados do observatório, é possível identificar que nos primeiros trimestres de 2022 e 2023 o setor com maior saldo foi o industrial, e o setor com menor saldo em 2022 foi o de comércio e em 2023 o de construção.
“A gente está vendo um desempenho muito forte da indústria que já é de praxe, é o setor de maior empregador com carteira assinada. Mas a gente observa o movimento do setor de serviços, e isso é importante tendo em vista que esse setor sofreu muito nos anos de 2020 e 2021 e começou uma retomada em 2022 e ela se mantêm em 2023”, destacou a coordenadora do OBSTRAB, Lodonha Soares.
Ao fazer um balanço do primeiro trimestre de 2023, a Lodonha destacou que é preciso ter cautela, principalmente por ser um ano de mudanças no Governo Federal. Segundo ela, o ano pós-eleição é de reajustes para a economia, além de ainda ter os impactos do enfrentamento da pandemia.
“Não foi tão alto o crescimento no mercado, mas também não houve tombos além dos esperados. Então, se vamos traçar um cenário, é um cenário moderado até agora. Ele diz que não foi nem tão ruim como se imaginava que poderia ser, nem tão bom como se desejaria que fosse”.
Por fim, destacou que o potencial de geração de empregos em Caxias do Sul para este ano dependerá dos impactos econômicos a nível Brasil. E que será normal esse “crescimento moderado” com oscilações entre os setores.