As vendas de veículos novos no Brasil tiveram alta de 7,39% em junho, mostram os resultados divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) nesta terça-feira (04).
Em números absolutos, foram emplacadas 189.528 novas unidades no País, entre carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. No primeiro semestre, foram 998.270 emplacamentos. Isso representa alta de 8,76% em relação ao mesmo período de 2022.
Os automóveis tiveram alta de 11,41% no mês de junho e puxaram os resultados, com 142.017 emplacamentos. No acumulado do ano, o crescimento foi de 7,37%, com total de 733.442 unidades.
Os comerciais leves tiveram queda de 3,09% no mês, com 37.672 emplacamentos. Mas o resultado do segmento ainda é expressivo em 2023, com alta de 19,51% entre este semestre e mesmo período do ano anterior.
No mês, caminhões (-2,17%) e ônibus (-5,45%) tiveram baixas. No entanto, os caminhões têm queda expressiva no semestre (-12,10%), enquanto ônibus têm alta (45,83%).
O estimulo para a alta nas vendas
Esse é o primeiro resultado oficial do setor depois do programa de barateamento de carros zero, um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à sua equipe econômica. Foram liberados incentivos de R$ 1,8 bilhão para que montadoras dessem descontos em veículos novos.
O governo tenta, assim, dar um estímulo à indústria e animar o consumidor, para mover a economia. Críticos do programa denunciam o incentivo aos combustíveis fósseis e ineficácia para aquecer o setor.
De acordo com Andreta Jr, presidente da Fenabrave, o número de junho poderia ser maior não fosse por um represamento do mercado. Houve problemas de logística, como atrasos de refaturamento e emissão de notas de carros novos, além de atrasos de liberação dos Detrans com o alto volume de procura nas concessionárias.
O levantamento da Fenabrave não diz quantos veículos foram emplacados com desconto, mas mostra que o emplacamento diário subiu de uma média de 3 mil a 4 mil para um pico de 22,4 mil no último dia útil de junho. Parte das vendas, portanto, será despejada em julho.
“No nosso entender, o programa foi um sucesso para fazer ‘bater o coração’ [reviver o setor], mas precisa haver uma continuidade nesse trabalho”, diz Andreta Jr. Com a perspectiva de aumento de vendas, a Fenabrave revisou as projeções de crescimento para o setor para um cenário de estabilidade, com alta de 0,1% no ano para automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. “Se não houvesse o programa, estaríamos projetando uma queda”, afirma o presidente da entidade.