Caxias do Sul

Câmara de Caxias aprova projeto da lei de diretrizes orçamentárias para 2024

Antes da última votação, por horas, os vereadores travaram um debate em torno de 25 emendas

Câmara de Caxias aprova projeto da lei de diretrizes orçamentárias para 2024
Foto: Manuelli Boschetti/Câmara Caxias/divulgação

O projeto da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) para 2024, o PL  111/2023, foi aprovado pela Câmara de Vereadores de Caxias do Sul por 18 votos favoráveis contra 2 votos contrários, em sessão extraordinária desta quarta-feira (27).

De autoria do Executivo, para o próximo ano, a matéria estipula um orçamento de R$ 3.189.929.715,24. As orientações balizarão a futura peça orçamentária (lei orçamentária anual – LOA), com a fixação definitiva de valores. Antes da última votação, por horas, os vereadores travaram um debate em torno de 25 emendas.

Com o voto de desempate do vereador-presidente Zé Dambrós (PSB), o placar favorável de 11 a 10 garantiu a única aprovação de emenda. Trata-se da emenda aditiva, assinada pela Mesa Diretora, que prevê a criação e a nomeação de um cargo em comissão (CC) assessor político, padrão 6 (R$ 6.043,74/básico mensal), e de um CC assessor técnico, padrão 8 (R$ 11.352,50/básico mensal), para reforçar o quadro funcional da TV Câmara Caxias.

De acordo com Dambrós, os novos cargos se devem ao fato de que a demanda de trabalho aumentará, com a possiblidade de mudança do veículo para o sinal aberto digital. Marisol Santos (PSDB) também defendeu o reforço da equipe que, segundo ela, já é insuficiente para atender as demandas da Casa atualmente.

Por outro lado, Rafael Buento (PDT) afirmou que não houve um estudo de impacto financeiro e de necessidade técnica, para os futuros cargos comissionados. Ele propôs a ampliação do processo de terceirização de funcionários, na TV.

Lucas Caregnato e Rose Frigeri, do PT, também se posicionaram contrários à emenda, mas por motivos diferentes de Bueno. Para eles, o provimento adequado, para a TV Câmara, seria a partir de mais servidores concursados, que seriam, conforme os petistas, o perfil ideal para dar continuidade às iniciativas institucionais, ao invés de cargos políticos.

O principal ponto da discussão se deu em torno dos critérios da Comissão de Desenvolvimento Econômico (CDEFCOT) ao emitir parecer contrário às outras 24 emendas modificativas, assinadas por 11 vereadores. A CDEFCOT alegou haver discrepâncias, entre as propostas de emendas e o texto original da LDO, em termos de prioridades, critérios, parâmetros, normas, exigências, limites, metas e demonstrativos. A presidente da comissão, Tatiane Frizzo (PSDB), disse que não houve componente político na recomendação pela rejeição do conjunto das emendas. Em bloco, pelo placar de 11 a 10, a maioria do plenário acolheu o parecer contrário, o que inviabilizou todas as emendas modificativas.

Entre os vereadores que refutaram o parecer contrário, Alexandre Bortoluz (PP) criticou os R$ 25 milhões para a rubrica da segurança pública municipal e lamentou o não acolhimento das suas propostas, no sentido de melhorar as políticas da pasta. Felipe Gremelmaier (MDB) ponderou que o Financiamento ao Turismo, sugerido por ele, não geraria mais custeio. Ricardo Zanchin (NOVO) reclamou da falta de atenção à inovação.

A LDO

Dados técnicos da Receita Municipal detalham que a proposição da LDO do ano que vem leva em conta os resultados financeiros de abril de 2023. As previsões de crescimento econômico são de 1,28%. No caso da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o percentual se encontra em 4,12%. Os dados constam do Relatório Focus. Até o final do próximo mês de outubro, o Executivo terá que enviar ao Legislativo a proposta da lei orçamentária anual (LOA) de 2024.

No resumo da programação de diretrizes orçamentárias para 2024, quanto a despesas por órgãos, a matéria especifica: Legislativo (R$ 47.421.000,00), Executivo/Administração Direta (R$ 2.026.446.135.03), Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto/Samae (R$ 296.410.000,00), Instituto de Previdência e Assistência Municipal/IPAM Saúde (R$ 148.102.157,16), Fundação de Assistência Municipal/FAS (R$ 91.289.514,97), Instituto de Previdência e Assistência Municipal/IPAM Previdência (R$ 580.260.908,08). De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, os entes federativos precisam trabalhar sob o equilíbrio entre receitas e despesas. Ou seja, não gastarem além das próprias receitas.

Para este ano de 2023, conforme o orçamento aprovado pelos vereadores em dezembro passado, o déficit indicado seria de R$ 408.165.298,94. A peça orçamentária do atual exercício trabalha entre uma receita de R$ 3.291.755.221,88 e uma despesa de R$ 3.699.920.520,82.