O projeto da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) para 2024, o PL 111/2023, foi aprovado pela Câmara de Vereadores de Caxias do Sul por 18 votos favoráveis contra 2 votos contrários, em sessão extraordinária desta quarta-feira (27).
De autoria do Executivo, para o próximo ano, a matéria estipula um orçamento de R$ 3.189.929.715,24. As orientações balizarão a futura peça orçamentária (lei orçamentária anual – LOA), com a fixação definitiva de valores. Antes da última votação, por horas, os vereadores travaram um debate em torno de 25 emendas.
Com o voto de desempate do vereador-presidente Zé Dambrós (PSB), o placar favorável de 11 a 10 garantiu a única aprovação de emenda. Trata-se da emenda aditiva, assinada pela Mesa Diretora, que prevê a criação e a nomeação de um cargo em comissão (CC) assessor político, padrão 6 (R$ 6.043,74/básico mensal), e de um CC assessor técnico, padrão 8 (R$ 11.352,50/básico mensal), para reforçar o quadro funcional da TV Câmara Caxias.
De acordo com Dambrós, os novos cargos se devem ao fato de que a demanda de trabalho aumentará, com a possiblidade de mudança do veículo para o sinal aberto digital. Marisol Santos (PSDB) também defendeu o reforço da equipe que, segundo ela, já é insuficiente para atender as demandas da Casa atualmente.
Por outro lado, Rafael Buento (PDT) afirmou que não houve um estudo de impacto financeiro e de necessidade técnica, para os futuros cargos comissionados. Ele propôs a ampliação do processo de terceirização de funcionários, na TV.
Lucas Caregnato e Rose Frigeri, do PT, também se posicionaram contrários à emenda, mas por motivos diferentes de Bueno. Para eles, o provimento adequado, para a TV Câmara, seria a partir de mais servidores concursados, que seriam, conforme os petistas, o perfil ideal para dar continuidade às iniciativas institucionais, ao invés de cargos políticos.
O principal ponto da discussão se deu em torno dos critérios da Comissão de Desenvolvimento Econômico (CDEFCOT) ao emitir parecer contrário às outras 24 emendas modificativas, assinadas por 11 vereadores. A CDEFCOT alegou haver discrepâncias, entre as propostas de emendas e o texto original da LDO, em termos de prioridades, critérios, parâmetros, normas, exigências, limites, metas e demonstrativos. A presidente da comissão, Tatiane Frizzo (PSDB), disse que não houve componente político na recomendação pela rejeição do conjunto das emendas. Em bloco, pelo placar de 11 a 10, a maioria do plenário acolheu o parecer contrário, o que inviabilizou todas as emendas modificativas.
Entre os vereadores que refutaram o parecer contrário, Alexandre Bortoluz (PP) criticou os R$ 25 milhões para a rubrica da segurança pública municipal e lamentou o não acolhimento das suas propostas, no sentido de melhorar as políticas da pasta. Felipe Gremelmaier (MDB) ponderou que o Financiamento ao Turismo, sugerido por ele, não geraria mais custeio. Ricardo Zanchin (NOVO) reclamou da falta de atenção à inovação.
A LDO
Dados técnicos da Receita Municipal detalham que a proposição da LDO do ano que vem leva em conta os resultados financeiros de abril de 2023. As previsões de crescimento econômico são de 1,28%. No caso da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o percentual se encontra em 4,12%. Os dados constam do Relatório Focus. Até o final do próximo mês de outubro, o Executivo terá que enviar ao Legislativo a proposta da lei orçamentária anual (LOA) de 2024.
No resumo da programação de diretrizes orçamentárias para 2024, quanto a despesas por órgãos, a matéria especifica: Legislativo (R$ 47.421.000,00), Executivo/Administração Direta (R$ 2.026.446.135.03), Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto/Samae (R$ 296.410.000,00), Instituto de Previdência e Assistência Municipal/IPAM Saúde (R$ 148.102.157,16), Fundação de Assistência Municipal/FAS (R$ 91.289.514,97), Instituto de Previdência e Assistência Municipal/IPAM Previdência (R$ 580.260.908,08). De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, os entes federativos precisam trabalhar sob o equilíbrio entre receitas e despesas. Ou seja, não gastarem além das próprias receitas.
Para este ano de 2023, conforme o orçamento aprovado pelos vereadores em dezembro passado, o déficit indicado seria de R$ 408.165.298,94. A peça orçamentária do atual exercício trabalha entre uma receita de R$ 3.291.755.221,88 e uma despesa de R$ 3.699.920.520,82.