BM aponta que 70% dos homicídios na Serra têm ligação com o tráfico de drogas

A grande maioria dos crimes contra a vida registrados no primeiro semestre de 2018 na Serra Gaúcha têm relação com o uso ou tráfico de entorpecentes. Ao menos, é o que aponta o levantamento realizado pelo Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO/Serra) divulgado nesta quinta-feira, dia 26.

Conforme os dados, houve o aumento de mortes nos seis meses iniciais do ano em comparação com o período passado: 12,4%. Enquanto de janeiro a junho de 2017 foram 120 vítimas nos 66 municípios da região, em 2018 foram 136. Como destaque negativo, estão os municípios de Bento Gonçalves e São Marcos. Já Caxias do Sul, até o final do mês de junho, registrou neste ano 54 vítimas. No mesmo espaço de tempo em 2017, foram 59. O mês de julho, o mais violento de 2018, não entra na contabilidade do primeiro semestre. Se assim fosse, demonstraria que no ano já são 70 vítimas contra 69 do ano passado.

De acordo com o comandante do CRPO, Coronel Cardoso, o índice preocupa. Mais de 70% dos assassinatos cometidos na Serra, têm algum tipo de envolvimento com o tráfico de entorpecentes. Por outro lado, a BM sabe dos pontos vulneráveis e reforça operações.

“Realmente, nós temos um levantamento de todos os homicídios em todos os municípios da Serra. Em 70% dos crimes, as vítimas tinham envolvimento diretamente com uso ou tráfico de drogas. A questão mostra que eles estão se matando entre eles, se confrontando, fruto do envolvimento com tráfico. Seja traficante que deve, usuário que deve, a mula que faz o transporte. Quem entra nessa vida de drogas, de crimes, sabe que seu objetivo lá na frente ou é a prisão, o confronto com a polícia, ou vítima do próprio ”colega de trabalho”, como podemos dizer. 70% desses homicídios há o envolvimento direto com as drogas. A Brigada está trabalhando, sabe dos pontos vulneráveis, a exemplo de Bento Gonçalves. Então, temos dado uma atenção, com efetivos de batalhões de operações especiais, operações para reduzirmos cada vez mais estes índices”, diz o Coronel.