Os recentes adventos climáticos trouxeram novos desafios aos segmentos econômicos do Rio Grande do Sul, e o Bento+20 se mobilizou para enfrentar os cenários que surgiram após a maior crise climática da história do Estado. Integrantes da câmara técnica da indústria do conselho, surgido para pensar a Bento Gonçalves do futuro, revisitaram o planejamento da pasta neste mês.
“Como qualquer planejamento estratégico, ele precisa ser revisto periodicamente”, diz o presidente do Bento+20, Roberto Cainelli Jr.
O trabalho foi coletivo. Com o auxílio de sindicatos, representantes dos mais diversos segmentos da matriz industrial do município participaram desse momento de revisão de estratégias. “Nosso objetivo foi atualizar o atual estudo com as novas perspectivas de 2020 até aqui, com o olhar para os últimos acontecimentos, que impactaram o setor na logística, principalmente”, diz o coordenador da CT da indústria, Leonardo Rosseto.
Para isso, aplicaram a técnica da análise SWOT, a fim de visualizar forças, fraquezas, oportunidades e ameaças para a indústria de Bento Gonçalves. “Ela evidencia tanto um olhar interno como externo, olhando também a indústria no conceito de região e país”, observa Rosseto.
Um outro aspecto também foi utilizado pelos participantes da revisão do estudo: eles optaram em não rever as diretrizes da CT da indústria presentes no Masterplan – o documento com o planejamento para o futuro da cidade a partir de 10 áreas consideradas vocacionais do município. “Não olhamos o que estava construído para não direcionar a revisão. Nosso foco foi a necessidade do momento, ter um olhar estratégico de macro itens acerca das necessidades da indústria em Bento Gonçalves”, explica Rosseto.
Agora, haverá um cruzamento da revisão SWOT com o conteúdo do Masterplan. “Itens convergentes serão unificados e novos itens somados. Com isso, iremos iniciar o momento de “estressar” cada um dos itens levantando iniciativas com colaboração de entidades, membros, contatos da indústria e poder público”, projeta.
Em paralelo a isso, a CT segue atuando para mitigar os desafios da indústria local, como as iniciativas acerca da educação nas indústrias, com qualificação e formação de jovens para atuarem no setor no futuro. Para Rosseto, além da captação de colaboradores qualificados, a indústria tem outros desafios de momento a serem encarados. “Malha logística para chegada e saída de cargas, tanto de insumos como de produtos acabados, e preocupação com a migração de pessoas das áreas afetadas para a cidade e a possível alocação em indústria dessas pessoas”, constata.