Desde a última terça-feira (12), a região da Serra Gaúcha passou adotar as medidas determinadas pela bandeira vermelha no modelo de distanciamento controlado, do Governo Estadual.
As medidas restringem as atividades ligadas ao comércio não essencial, que só pode atender de portas fechadas, através de vendas mediante agendamentos por telefone, no qual o cliente só vai até a loja para retirar o produto e efetuar o pagamento.
O Gerente de uma loja no centro de Bento Gonçalves, Douglas Silveira, falou sobre os impactos causados no faturamento da empresa em cada dia de bandeira vermelha:
“Temos a bandeira vermelha desde terça-feira em vigor, a gente deixa de faturar uma média de R$ 35 mil diariamente”, contou.
Apesar das dificuldades e restrições impostas ao comércio pelo modelo de distanciamento controlado, o gerente ressaltou algumas estratégias utilizadas, de forma a amenizar estes impactos:
“A empresa tem focado bastante no e-commerce. A loja tem feito a divulgação pra que o cliente possa acessar o site da empresa, com o telefone dos vendedores. Outra estratégia é a utilização das redes sociais. Também estamos trabalhando com uma equipe reduzida, utilizando o sistema de banco de horas, para depois compensar lá na frente”, afirma.
Com as portas fechadas, a empresa também negocia redução no valor de aluguel e sendo assim, não precisou reduzir o quadro de funcionários. Mesmo nos dias em que a bandeira vermelha foi revertida para a bandeira laranja, o gerente afirma que há muito receio por parte dos clientes de frequentarem os estabelecimentos, pois há poucos dias, a bandeira era vermelha.
Uma fatia determinante no salário dos vendedores do comércio é a comissão por vendas, que a portas fechadas, fica totalmente comprometida, conforme afirmou o vendedor de um estabelecimento:
“O salário do comércio infelizmente é muito baixo, sendo assim a gente depende muito das comissões. Em situação normal, temos uma meta a bater e partir da meta conseguimos alavancar o nosso salário. Com as portas fechadas ficamos de mãos atadas, praticamente só com o salário base”, afirmou.
A atuação do Sindilojas em meio a este período
O Sindilojas Regional de Bento Gonçalves, por meio do presidente da entidade Daniel Amadio, afirma que é difícil mensurar o quanto as lojas deixam de faturar de uma forma geral nos dias de bandeira vermelha, pois há alguns estabelecimentos que conseguem comprovar alguma essencialidade, como por exemplo uma papelaria que vende produtos de limpeza, ou comércio que oferece produtos de alimentação em seu mix de produtos, enquanto que outros só podem operar de portas fechadas com modalidade de tele-entrega, tele-trabalho, take-way e drive thru, operando de uma forma bastante modesta.
Desde o começo da pandemia, a entidade tem auxiliado os negócios do setor a sobreviverem em meio ao período de dificuldades:
“Estamos dedicados em entregar ferramentas de suporte para sobrevivência. Cito relação Capital e trabalho como negociações com os empregados, assuntos jurídicos de forma a baixar custos, cursos de formação de uso de ferramentas eletrônicas, divulgação e consultoria sobre decretos e protocolos, e-book ensinando trabalhar com whats e Instagram, além de plataformas e Market place e e-comerce”, afirmou Amadio.
A entidade também atua nos bastidores junto ao município, de forma a sempre buscar as flexibilizações dos protocolos das atividades do setor.
O Sindilojas afirma que está a disposição dos lojistas, atuando como uma forma de consultor dos comerciantes em relação a dúvidas sobre o trabalho neste período e a entidade está reformulando o seu website, de forma a deixar um canal completo para a atuação dos estabelecimentos em meio a Covid-19.