Brasil

Banco Central e instituições financeiras vão testar moeda digital em junho

Nesta fase, serão testadas funcionalidades de privacidade, como risco de vazamento de dados sigilosos, e programabilidade

(Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
(Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O Banco Central (BC) e 14 instituições financeiras vão testar o projeto-piloto do Real Digital. Conforme o BC, a incorporação dos interessados selecionados à plataforma do projeto será iniciada até meados de junho. Nesta fase, serão testadas funcionalidades de privacidade, como risco de vazamento de dados sigilosos, e programabilidade por meio da implementação de um caso de uso específico — um protocolo de entrega contra pagamento (DvP) de título público federal entre clientes de instituições diferentes, além dos serviços que compõem essa transação.

O especialista em crédito Fábio Ieger explica que a moeda digital funcionará da mesma forma que o Pix. No entanto, com a moeda digital não existirá a possibilidade de saque de cédulas em caixa eletrônico. “É um projeto que vem para transformar a realidade do Brasil, onde não vai mais existir cédulas físicas de moeda. Assim como aconteceu com a correspondência, que se transformou em fax e agora é um e-mail, totalmente digital, com a moeda está acontecendo a mesma coisa”, comenta. Ieger também disse que a moeda digital poderá oferecer investimentos seguros. “Hoje, as criptomoedas, por exemplo, descem ou sobem absurdos do dia para noite. É um investimento de alto risco. E o real digital não vai ser assim. O risco que terá com o real digital é o mesmo que terá com o dinheiro na sua conta corrente. Não vai ter a volatilidade das criptomoedas”.

Segundo o especialista em fraudes digitais, Thiago Bertacchini, a tendência é que a moeda digital seja segura. “Praticamente impossível você conseguir interceptar uma transação e fazer um desvio. Ela traz instantaneidade de pagamento, baixo custo, e você não precisa ter uma conta bancária para realizar transações”, afirma o especialista. Outro foco é que o dinheiro ilícito seja mais fácil de ser identificado por meio da digitalização da moeda . “A partir do momento que o real é 100% digital, não dá para pagar sem que essa transação fique registrada. É uma forma da Receita e do governo acabar com a sonegação e com diversas fraudes. Terá o registro de onde saiu e para onde foi”, completa Ieger.

Apesar de apenas 14 instituições participarem do projeto-piloto do Real Digital, o BC recebeu 36 propostas de mais de 100 instituições de diversos segmentos financeiros. O Real Digital faz parte da agenda integrada de inovação do sistema financeiro do BC, junto com o Pix e o Open Finance.

Fonte: Jovem Pan