A balança comercial brasileira registrou superavit de 11,378 bilhões de dólares em maio, o melhor resultado para todos os meses na série histórica da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, conforme dados divulgados nesta quinta-feira.
Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa de saldo positivo de 9,0 bilhões de dólares para o período.
Conforme a Secex, o saldo positivo foi resultado de exportações de 33,068 bilhões de dólares — também um recorde mensal na série histórica, com início em 1989 — e importações de 21,689 bilhões de dólares. A corrente de comércio (exportações mais importações) somou 54,757 bilhões de dólares.
No acumulado do ano até o fim de maio, a balança comercial acumula superavit de 35,285 bilhões de dólares, o maior valor para o acumulado dos cinco primeiros meses de um ano na série da Secex. Já a corrente de comércio em 2023 está em 237,502 bilhões de dólares.
Em função dos resultados positivos mais recentes, a Secex afirma que suas projeções atuais para a balança comercial podem ser revistas para cima.
Atualmente, a secretaria projeta exportações de 325 bilhões de dólares para 2023, o que representaria uma queda de 2,8% em relação a 2022. No caso das importações, a projeção atual é de 241 bilhões, uma baixa de 11,8% em relação ao ano passado.
A Secex também projeta saldo comercial recorde de 84 bilhões de dólares para 2023, uma alta de 6,8% em relação ao ano anterior. Essas projeções foram divulgadas logo ao fim do primeiro trimestre.
Segundo o diretor do Departamento de Planejamento e Inteligência Comercial da Secex, Herlon Brandão, novas revisões das projeções serão divulgadas no começo de julho. Por conta dos números mais recentes, a projeção para as exportações em 2023 pode passar de queda para alta.
“Vamos rever estes dados e vamos divulgar nova previsão no começo de julho. Realmente, a exportação tem sido realizada acima do previsto”, pontuou Brandão.
“A exportação tem vindo sistematicamente positiva. É possível que a previsão de queda de exportações se transformem em alta”, acrescentou.
O diretor pontuou ser possível que o comércio mundial cresça acima do originalmente esperado, o que traria impactos para as exportações brasileiras.
Ao mesmo tempo, um crescimento interno acima do previsto — como sugerem os dados mais recentes do Produto Interno Bruto (PIB), divulgados nesta quinta-feira — podem elevar a projeção das importações.
“Mas tem um fator de incertezapelos preços serem muito voláteis”, completou Brandão, durante entrevista coletiva sobre os números.
Fonte: Money Times