Cultivado na Fazenda Tarumã da Boa Vista, em Canguçu, no sul do estado, o azeite da variedade Coratina da marca Capolivo foi premiado como Melhor Azeite de Oliva Extravirgem (AOEV) do Brasil, no concurso Olivinus. A premiação, realizada em Mendoza, na Argentina, é a segunda maior do mundo e umas das mais tradicionais e rigorosas em âmbito internacional.
O produto, feito à base de uma variedade de azeitona italiana que possui um sabor intenso e amargo – a Coratina -, foi escolhido entre 517 amostras, com 98 pontos – a maior pontuação da competição -, reforçando a qualidade do terroir gaúcho para a produção de oliveiras.
Administrada pela família Capoani, tradicionalmente empreendedora no agronegócio, por meio de áreas de reflorestamento de pinus e criação de gado, a Capolivo vem se destacando no cenário dos concursos nacionais e internacionais desde a primeira safra de oliveiras. Ao todo, já são 36 prêmios conquistados, um resultado direto do compromisso da marca com a qualidade e cuidado em todas as etapas da produção.
Apenas em 2023, com sua quinta safra comercial, cuja produção já foi o dobro em relação a 2022, já foram recebidos 11 prêmios. São destaque o reconhecimento no Ranking Flos Olei 2024, que é um dos guias mais importantes e respeitados globalmente, o que colocou o Capolivo entre os 500 melhores azeites do mundo, e o primeiro lugar no concurso da CNA, com o monovarietal Arbequina. Além disso, a marca recebeu medalhas de ouro no NYIOOC, em Nova York, com os monovarietais Koroneiki, Picual e Coratina, e medalha de ouro no London IOOC, com o Koroneiki.
No seu processo de produção, a Capolivo busca obter o menor tempo entre a colheita e a extração do azeite. Os cuidados em cada etapa garantem um produto de excelência, com o frescor e o exclusivo sabor de um azeite extravirgem que varia de levemente amargo ao picante, com acidez inferior ou igual a 0,2%.
“O clima da região, aliado ao relevo e ao tipo de solo, propiciam um terroir excelente para o desenvolvimento das oliveiras, elevando a qualidade do nosso azeite extravirgem a um produto de excelência”, explica Carolina Capoani, diretora de Marketing da Capolivo.
Herança familiar
Foi uma reportagem na televisão falando sobre o início da produção de azeites no Brasil, em 2012, que despertou o interesse de Jandir Francisco Capoani, na época com 74 anos, em plantar oliveiras em sua fazenda de 4 mil hectares em Canguçu. A propriedade tinha sido adquirida em 2006 para reflorestamento de pinus e criação de gado, depois que Jandir vendeu sua bem-sucedida indústria, a Iriel Interruptores Elétricos, para a Siemens. O empresário buscou na Itália, sua terra de origem, inspiração para o cultivo e a produção de azeite de oliva extravirgem.
Como pioneiro no cultivo no Rio Grande do Sul, enfrentou muitos desafios nos momentos iniciais, incluindo erros na introdução do plantio e a perda de mais de 20 hectares devido a geadas. Mesmo com todas as dificuldades climáticas, uma vez que a oliveira é originária de um clima árido e seco, foi possível extrair os primeiros azeites em sete anos.
Em 2019, Jandir lançou o desafio para suas três netas, Rachel, Martina e Carolina: “Eu produzi, agora vocês precisam vender e divulgar este azeite”. Foi assim que as irmãs Capoani mergulharam no mundo da olivicultura. Além delas, outros membros da família fazem parte do negócio, como os filhos de Jandir, Joe (pai das gurias) e Joice Capoani, além do engenheiro agrônomo técnico, Rodrigo Binotto.
Para surpresa das irmãs, já em 2019, o azeite da Capolivo foi eleito “O Melhor Azeite do Brasil e do Hemisférios Sul” na Brazil iOOC (Brazil International Olive Oil Competition), com o seu monovarietal Koroneiki; e foi a “Escolha do Chef” no concurso L’Orciolo D’Oro, em Milão, com seu Arbequina/Arbosana.
Atualmente, a família produz azeitonas em uma área de 100 hectares, que continua em expansão. A Capolivo é comercializada em mais de 200 estabelecimentos nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Distrito Federal. Em seu site, na seção “Onde encontrar”, é possível localizar o ponto de venda mais próximo através da geolocalização. Neste ano, a marca está buscando expansão comercial para levar o produto a todo o Brasil e, para isso, tem participado das principais feiras do mercado no país.
Segundo Carolina, já há interesse em exportação. “Com os reconhecimentos que estamos recebendo em premiações internacionais, é natural que haja interesse comercial de outros países. Neste momento, nosso foco está em expandir nossa marca pelo Brasil, mas é provável que, em breve, a qualidade do azeite extravirgem gaúcho conquiste outros mercados”, revela.
*Fonte: O Sul