Destino de dezenas de milhares de pessoas de Porto Alegre e da região metropolitana que fugiram das enchentes, o Litoral Norte do Rio Grande do Sul também sofreu com cheias, resultando em inundações e no deslocamento de moradores devido à elevação das águas. No entanto, as praias que serviram como refúgio permaneceram livres das inundações.
Assim como em outras regiões do estado, municípios do Litoral Norte gaúcho também decretaram situação de emergência: Balneário Pinhal, Capivari do Sul, Dom Pedro de Alcântara, Itati, Maquiné, Palmares do Sul, Santo Antônio da Patrulha e Três Forquilhas.
Em todos esses municípios, há um fator em comum: a proximidade com a Lagoa dos Patos ou com a região da Serra. A elevação da lagoa causou inundações em alguns municípios do litoral mais ao sul, enquanto na encosta da Serra e entre os morros, outras localidades sofrem com a rápida descida das águas, onde os acumulados de precipitação foram mais intensos.
Um levantamento da Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte) revela que, dos 23 municípios da região, apenas dois não registraram transtornos devido às fortes chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul nas últimas semanas. Nas áreas costeiras, os problemas foram principalmente alagamentos de ruas.
Capivari do Sul
Em Capivari do Sul, a cheia do Rio Capivari, combinada com a elevação da lagoa, causou inundações. As aulas foram suspensas nas escolas locais e a Prefeitura abriu um abrigo para acolher os desabrigados. Posteriormente, as águas recuaram e a situação melhorou.
Maquiné
Em Maquiné, próximo à Serra, mais de duzentas pessoas foram acolhidas em um abrigo municipal. A prefeitura organizou uma força-tarefa para liberar estradas e acessar as localidades isoladas. Segundo o secretário de Segurança de Maquiné, Edgar Richard Monteiro Alves, grande parte da infraestrutura da cidade foi destruída pela chuva no final de abril e início de maio. Ele descreveu a situação como um “cenário de guerra”.
Palmares do Sul
O município de Palmares do Sul enfrentou duas enchentes neste mês de maio. Localizado a 96 quilômetros de Porto Alegre, 400 moradores do bairro Agreste precisaram ser evacuados devido ao represamento do Rio Palmares, causado pelo vento sul e pela lagoa cheia. O vento empurra a água da Lagoa dos Patos para o rio, inundando as estradas mesmo com pequenas quantidades de chuva.
A prefeitura preparou três abrigos, dos quais dois foram utilizados durante as enchentes que afetaram a localidade no Litoral Norte. Além de oferecer abrigo e cama, esses locais forneceram quatro refeições diárias para os 150 desabrigados.
Como Palmares do Sul é uma área plana, a água se espalhou pelo terreno, predominantemente ocupado por lavouras de arroz. Embora grande parte da cidade tenha sido inundada, não houve cenas de água atingindo o teto das residências. Os móveis das casas foram retirados e acomodados em um depósito.