Comportamento

Autoridades mantêm esperanças de encontrar sobreviventes após desabamento na Flórida

Balanço mais recente aponta quatro mortos e 159 desaparecidos

(Foto: Andrea SARCOS / AFP)
(Foto: Andrea SARCOS / AFP)

As autoridades americanas continuam “esperançosas” em encontrar sobreviventes após três dias de buscas nos escombros do prédio que desabou na madrugada da última quinta-feira (24) na Flórida. Conforme informações do Correio Braziliense, ao menos quatro pessoas morreram no desabamento do edifício de 12 andares, diante do mar em Surfside, perto de Miami Beach.

Dos 159 desaparecidos, quase um terço são estrangeiros. Entre as vigas e metal, pilhas de escombros, o odor de borracha e plástico carbonizados, bombeiros, cães farejadores e guindastes procuram sobreviventes nas ruínas das Torres Champlain.

“Continuamos esperançosos. Continuamos a busca por sobreviventes nos escombros. É nossa prioridade e nossas equipes não pararam os trabalhos”, disse a prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, em coletiva de imprensa neste sábado (26). Apesar dos esforços, ela indicou que “nenhuma nova vítima foi encontrada”, portanto, não há mudanças no balanço anunciado na sexta-feira de quatro mortos e 159 desaparecidos.

Entre os moradores do edifício, estava o pai e madrasta da jornalista da Band, Joana Treptow. No Twitter, a apresentadora falou em milagre e disse que sua família morava no local havia 20 anos.

“Graças a Deus a minha família foi resgatada. O meu pai, a esposa dele e a cachorra estão bem. Um milagre. O prédio onde ele mora há quase 20 anos desabou. Por 5 metros o apartamento dele também não foi abaixo. Que os bombeiros encontrem sobreviventes dessa tragédia. Que tristeza, meu Deus”, escreveu ela no Twitter.

Danos estruturais
As dúvidas sobre as causas do colapso se multiplicaram nos últimos dias e a investigação provavelmente vai durar meses. Um relatório de 2018 sobre as condições do prédio de 12 andares revelou “danos estruturais significativos” e “rachaduras” no porão, de acordo com documentos divulgados na noite de sexta-feira pelo governo da Surfside.

“A impermeabilização sob a borda da piscina e da via de acesso para veículos (…) ultrapassou sua vida útil e por isso deve ser totalmente removida e substituída”, destacou o especialista Frank Morabito, diretor da Morabito Consultores, em um relatório. “Impermeabilização defeituosa causa danos estruturais significativos à laje de concreto estrutural abaixo dessas áreas”, acrescentou.

“Rachaduras e escamas de vários graus foram observadas nas colunas, vigas e paredes de concreto”, indicou Morabito. “Embora alguns danos sejam pequenos, a maioria deve ser reparada em tempo hábil”, indicou o relatório.

Até agora, a investigação se concentrava especialmente em um relatório de 2020, que revelou que o edifício havia sofrido um afundamento a um nível de quase dois milímetros por ano entre 1993 e 1999. No entanto, Shimon Wdowinski, um dos autores do estudo e professor da Universidade Internacional da Flórida (FIU), disse à CNN que não sabia “se o colapso era previsível”.