A novela envolvendo a desapropriação dos aproximadamente 443 hectares necessários para a construção do Aeroporto Regional de Vila Oliva, em Caxias do Sul, teve mais um capítulo nesta segunda-feira, dia 12. Durante a visita do governador José Ivo Sartori à Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), o peemedebista recebeu uma carta assinada pela Câmara de Vereadores, pela Prefeitura de Caxias e pela própria CIC. O documento, que deve ser entregue ao Ministro dos Transportes, Maurício Quintella, em uma reunião ao longo desta semana, pede que o Governo Federal ajude financeiramente na viabilização da construção do aeroporto.
A principal questão colocada neste momento é mesmo a da desapropriação. No ano passado, o governo do estado havia se comprometido em pagar os aproximadamente R$ 20 milhões necessários para o trabalho, mas parece ter recuado em função da situação financeira do estado. Conforme o presidente da CIC, Ivanir Gasparin, uma das alternativas encontradas foi pedir ajuda ao governo federal. “O que nós fizemos é uma carta em conjunto para o Ministro dos Transportes, em Brasília, para que o Governo Federal possa nos ajudar nesse momento”, resumiu.
O prefeito Daniel Guerra também cobrou uma definição para a questão. “Nós precisamos o compromisso, tanto do governo do estado em pagar a desapropriação, quanto do governo federal. Entregamos um documento para ser entregue ao presidente Michel Temer e ao Ministro dos Transportes, para que possamos fazer com que haja a inclusão deste recurso para viabilizarmos a construção do Aeroporto de Vila Oliva”, disse. Guerra ainda definiu a obra como um marco para a infraestrutura da região. “Assim como no passado a BR-116 foi um marco para o desenvolvimento de Caxias e da região, não resta a menor dúvida que o Aeroporto de Vila Oliva é esse grande marco na era moderna”, argumentou.
Assinatura das obras para alargamento de faixa da BR-116
Durante a reunião-almoço, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Valter Casimiro Silveira, autorizou a empresa LCM Construção e Comércio S.A a iniciar os serviços referentes às obras da primeira etapa de duplicação da BR-116, entre os quilômetros 151 e 152, na região que vai do bairro Planalto até a entrada do Loteamento Vila Verde. A assinatura da Ordem de Início dos Serviços também contou com a participação do governador José Ivo Sartori, do prefeito de Caxias do Sul, Daniel Guerra, do superintendente regional do DNIT no RS, Hiratan Pinheiro da Silva, e do deputado federal Mauro Pereira, além de outras autoridades.
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Outras cobranças na área de infraestrutura
Durante o seu tradicional discurso, o presidente da CIC, Ivanir Gasparin, ainda cobrou do governo estadual outras obras de infraestrutura para a Serra Gaúcha: a lista tem a duplicação da ERS-122 no trecho entre Farroupilha e São Vendelino, a construção de um viaduto no acesso à Porto Alegre via ERS-122, em Farroupilha, a construção de um trem regional e a transferência da outorga do Aeroporto Hugo Cantergiani ao município. Nesta última, o governo do estado já teria encaminhado a documentação, restando ao município concluir os trâmites.
Clima pré-eleitoral
A presença do governador José Ivo Sartori na CIC, marcando a retomada do calendário da entidade, deu o tom eleitoral de 2018. Diversas mesas foram ocupadas por pré-candidatos a uma cadeira na Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados. Entre os nomes estão o do ex-prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho (PDT), do Secretário de Planejamento, Governança e Gestão, Carlos Búrigo (PMDB), do vice-prefeito de Caxias, Ricardo Fabris de Abreu (Sem partido), de Antônio Feldmann (PMDB), do deputado Mauro Pereira (PMDB), além de diversos vereadores que também devem colocar seu nome na disputa.
Já Sartori, questionado se estava disposto a concorrer à reeleição, despistou. “Essa é uma pergunta que me fazem seguidamente e eu sempre disso que não ia falar sobre isso (…) quem vai decidir isso são os partidos. (…)Então é como eu disse a muitos colegas de vocês: se eu não posso dizer que sim, também não preciso dizer que não”, afirmou.
